sábado, 19 de março de 2016

Comandante das Forças Ocultas: o Pai.




Hoje é o dia do Rei. Do meu mundo.
Hoje é o dia do Principe dos meus sonhos. Sim, porque para encontrar alguém como tu há-que sonhar bastante. Porque não pode ser só uma pessoa como Tu. Tem de ser um Pai como TU.
Não me lembro se me viste nascer ou se me deste a primeira papa. Mas sei que foste tu que ensinaste a maior parte do que sei e do que sou.
São memórias que perduram para sempre:

  • Andarmos de bicicleta ao fim de semana,
  • Rirmos às gargalhadas no jogo do sofá (aquele que eu adorava - em que eu me queria levantar e tu sempre a empurrar para trás de novo),
  • Fazermos pequenos almoços ingleses com cogumelos e ovos mexidos (mal sabia que era Inglaterra que nos manteria afastados),
  • Montarmos pistas de carros telecomandados, pistas de comboios de madeira,
  • Andar nas tuas "cavalitas" nos concertos ou em feiras,
  • Fazer saltos nas águas calmas de Sesimbra ou na piscina,
  • Vermos filmes de desenhos animados aninhados no sofá,
  • Montarmos puzzles,
  • Jardinarmos na rua os dois,
  • Pintarmos muros com cal,
  • Irmos juntos para a Escola,
  • Sentar-me ao teu colo e deixares-me conduzir agarrando no volante na rua da avó,
  • Pregarmos partidas,
  • Cozinharmos bolos ao fim de semana,
  • Irmos mil e quinhentas vezes ao Jardim Zoológico,
  • Teres ido comigo ao meu primeiro concerto: Bryan Adams em 1996.
  • Teres partido o espelho de carro ao sair à pressa de casa para virem esconder a minha futura mota...
  • Deixares-me mascarar-te..

...são tantas pai. E tão boas.

Podes pensar que só relatei lembranças de criança mas são as mais fáceis de manter porque se rasgam sorrisos no rosto e gargalhadas aqui sozinha!
Oxalá tivessem sido sempre assim.
O que eu daria para que não tivesses sido tu a dar-me a pior noticia de sempre. Precisarei de minhentas vidas para me esquecer de ti a entrar no meu quarto naquele dia.
Eu não queria ter ouvido.
Oxalá nunca te tivesse assustado em dia nenhum da tua vida. Entre acidentes, hospitalizações, operações... mas foi a vida a mostrar-nos como se criam laços e como cresce o amor.
Porque o amor só cresce quando começamos a perceber que não queremos viver sem essa pessoa.
E eu sei que um dia sou eu que vou ter de aprender a viver sem ti.
Mas preciso de muitas mais lembranças e momentos para que me fortaleças.
Precisamos de continuar a passar férias juntos e a celebrar as nossas vidas (Podes apontar pelo menos mais 40 anos).
Vais ter de me levar ao altar (Podes apontar só para isso... talvez 20 anos!)
Vais ter de embalar os teus netos (Para esta .... não sei avaliar o tempo!)
Vais ter de os levar às "cavalitas", vais ter de andar de bicicleta..
Ainda vamos ter muitos jardins para plantar!
Ainda vamos ter muitos muros para pintar!
Ainda vamos ter muitos anos para te amar. Para te continuar a amar.
És o maior PAI. Mesmo o maior.
OBRIGADA
Aproveita o teu dia.
Amo-te.



quarta-feira, 16 de março de 2016

The choice





Depois de mais um filme de Sparks no cinema, mais pensamentos ocorrem. Mais se desorganizam.
Ando aqui há dias aflita a tentar colocar ordem nisto.
A verdade é que nunca ninguém me olhou assim. Ou então eu nunca vi ou senti alguém olhar.
Tenho a minha resposta.
E encaixa em todos os atos falhados. Em todos os erros do percurso.
Realmente só nós mesmas é que nos deixamos enganar pelo caminho. Acho um máximo e, alivia imenso esta concretização.
Isto parece uma conversa tola mas a verdade é que chegar a esta constatação é fácil mas, entendê-la ou melhor, aceita-la... leva meses, anos! Porque vamos errando por aí fora. E, porque não somos todos iguais. E sim, há mulheres que não precisam de estar constantemente com um homem ao lado.

Acho que vou falar na primeira pessoa. Não sei se isto se aplica por aí. Há muitas relações que admiro, estimo e felicito.
Aquele olhar entre eles.
Já outros... também não sei a quem se enganam e porquê.
Por estes últimos, agradeço imenso esta minha independência.

Eu quero ser olhada. Um dia.
Admirada. Um dia.
E vou esperar. E vou deixar para mais tarde.
 Porque, por agora já me cansei das incertezas e dos medos dos outros.
Se aparecer que seja para ser, sem os "e se..", "acho que nos precipitamos", sem os "talvez" que são nãos bem claros, mas que só são descodificados quando já nos colocaram uns patins em linha.

Se não aparecer, numa boa. 
Efectivamente não pode acontecer a toda a gente.

Mas uma coisa é certa, se não querem, não insistam. O que decidirem, decidam com o coração.



terça-feira, 1 de março de 2016

As saudades que eu já tinha desta lamechice minha.


É mais ou menos assim. 
No dia seguinte a mesma rotina. 
Parece que este blog já não me auxilia no exorcismo desta nostalgia pegajosa. 
Não sei se existe a palavra no plural. 
Nostalgias. 
Também já não sei escrever português. No outro dia ouvi num programa de português que para nos referirmos ao pelo do cão, já não necessitava de acento circunflexo. Fiquei em choque. E sim, leu bem, pelo do cão. Nem sei o que dizer. 
Portanto, posso dizer Nostalgias. 
Plural. 
São várias. E regressam inesperadamente a cada fim ou começo de um ciclo. No meio dele e durante o mesmo lá me aguento. Mas ao início estou perdida e no fim... em pedaços.
Este ciclo tem sido longo. 
E este blog reflete isso. Uma ausência estupenda! Em 2011 escrevia em média um post por dia. Hoje, se escrever 1 no ano...
Às vezes a nossa concha é a melhor conselheira. Aprendemos a pedir-nos desculpas a nós mesmas. A cuidarmo-nos com mais carinho mas acima de tudo, com mais respeito.
Deve ser da idade. Exploro menos o meu livro aberto e trato melhor da minha introspecção. Introspecção com c ou sem c?