segunda-feira, 24 de setembro de 2012

De volta à escuridão


A volta deixa sempre este vazio. Esta sensação vaga, disforme, corrosiva que deixa mágoa. Ainda mais depois desta semana de tristeza.... ao ver a minha Leonor partir.
Hoje vaguei à beira rio perdida num espaço escuro e deprimente. Londres apresentasse com 10 graus, com chuva e um céu nublado que carrega ainda mais uma dor que me assalta ao minuto.
Estou seriamente a pensar escrever ao Presidente da Tap, onde já se viu a chegada a Londres com a música que serve de slogan à TAP - Sabes que vou chegar de braços abertos. Quantas vezes vou ter de repetir que em Londres os braços ora estão cruzados, ora carregados com sandes e um Capuccino na corrida para o trabalho, ou ainda ocupados a utilizar um Ipad? Aqui não se recebe de braços abertos.
Por mais que passe umas férias a ouvir que aqui é que eu estou bem, não é fácil, há uma solidão que consome até entrar na rotina. E faz doer.

Não consigo aceitar que não estás aqui.




"Neste momento, neste lugar, neste minuto da minha vida, não quero acreditar que TU não fazes parte dela.
Ainda ontem quando encomendava o bolo com um trombinhas (um elefante como tanto querias), sentía que estaríamos juntas.
Pensar que juntas significaria apenas sentir o vento, a chuva ou um raio de sol, parecia utópico.
Olho em volta e vejo-nos aqui todos a celebrar a tua existência, a tua vida...
Olho em volta e os nossos momentos passam como fitas de filmes de cinema...
Ainda sei de cor o cheiro do teu perfume, ainda te vejo a descer o Golfinho com os teus Keds brancos.
Ainda brilha o Sebastião no teu pescoço!
Ainda me vejo a chegar ao Ispa e ficar na rua à tua espera, perdida em Lisboa.
Ó Leonor, ainda oiço 20 000 seconds since you left me.
É tão difícil aceitar a tua partida.
Pensar que tantas e tantas vezes falámos em como aceitar a partida de alguém, compreendendo o bom que foi ter esse alguém na nossa vida.
Há 14 anos atrás os Deuses levaram-me a minha Mãe e, há 13, logo meses depois, TU entraste na minha vida.
TU e tantos outros que aqui estão hoje.
Oxalá a lição tenha ficado sabida e, eu venha a aceitar a tua partida, compreendendo a maravilha que foi ter-te conhecido. Ter-te abraçado, ter-te enchido de beijinhos ao festejarmos os sucessos, termos pulado juntas em tantas Passagens de Ano, termos chorado juntas no dia antes da missão com a AMI em Cabo Verde, termos festejado os 18, os 25, a carta de condução, o primeiro emprego, os namorados, os amores, o carro novo, a tua vinda para a Lourinhã, a nossa amizade, as nossas vidas nos últimos anos...
Em Julho, quando te abracei naquela cama do IPO, deitada ao teu lado, só me apetecia cantar aquela nossa música da Adriana Calcanhoto...Vem vambora, que o que você demora é o que o tempo leva...
E, como sempre, foste tu que me consolaste. Como sempre fizeste para nos proteger a todos.
Hei de te amar, hei de te amar sempre. Hei de fazer o teu nome e a tua pessoa nunca serem esquecidos.
Mas, como diz o teu amado Djavan... Fica faltando um pedaço,
ficas a faltar TU."

Carta lida a 22 de Setembro 2012
Walk4Leonor

domingo, 2 de setembro de 2012

Moving again...


Ontem mais uma vez, mudei de casa. Sinto-me tipo um caracol com a casa atrás. Desta vez pelo menos não mudei de cidade, mudei exactamente, de lado de rua.
Esta casa é de uma energia fantástica. Posso dizer que, depois de tudo arrumado, sinto um conforto, quase que como na minha própria casa, back in Seixal. Só me pergunto onde arranjei tanta coisa em três anos?? Vou precisar de um navio ara voltar ara Portugal.
E há animais de estimação. I am a DOG person, mas os gatinhos, tenho de admitir, são uns fofos. Speedow e a Dred. Apesar de não conviverem connosco, de vez em quando vêm à cozinha, que é o único local comun da casa entre mim, o senhorio e, as outras residentes. Até a minha WC é maravilhosa!! O que para mim é deveras importante :)
Agora, o melhor de tudo? Tenho máquina de lavar loiça e, de secar roupa!!!

Oxalá possa ficar agora aqui até voltar de vez para Portugal.