segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uma desculpa que eu não dou.


Não podia vir mais a propósito.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Um dia até os vou içar de helicópetro.


Já devia saber que os senhores doutores médicos ficam sempre à frente. É esta frustação que me alimenta. Mais um sonho quebrado mas isso não quer dizer que desista. Esperem só até ver o que vou fazer. Tenho furado até me doer e vou continuar até um dia estar ao mesmo nível e então aí dar-lhes um aperto de mão com um sorriso nos lábios. Custe o que me custar. Mesmo que isso signifique estar longe de casa, horas de estudo, papéis preenchidos, sonhos adiados. A tartaruga demora mas chega sempre onde deve descansar. Filhos da mãe. Sinto uma raiva cá dentro que não compreendo como ainda me afecta. Eu já devia saber, ou melhor, eu já sei, que comigo, nada funciona à primeira. Nada chega na primeira entrevista, nada chega na primeira abordagem, na primeira vontade de me candidatar às coisas. Não, não chega porque sou enfermeira. Os enfermeiros às vezes são pouquechinhos. Um dia viro ministra e aí vou ver. Um dia viro presidente da ordem e aí vou ver. Um dia mudo esta merda de sistema de triagem e selecção. Secalhar o melhor é um dia deixar de ser enfermeira e ser outra coisa qualquer.
Portanto meus amigos, Costa Rica foi por um canudo. Tanzânia foi por um canudo. 
Agora? Agora vou pagar 900 libras e vou fazer um curso intensivo de uma semana na montanha. Vou aprender de tudo acerca de um traumatizado para estar ao nível do senhor doutor. Vou saber tanto que o senhor doutor não vai ter tempo para pensar e responder. Se for preciso até aprendo a içar de um helicópetro para fazer o serviço completo. Mas a mim ninguém me pára. Nem que um dia até vire a médica que sempre quis ser mas que até aí, o sistema de selecçção já estava implementado e não me deixou. Um estudante com média de quinze não tem direito a ser médico no meu país. No meu país o senhor doutor é de 19 valores. 
Um dia meus amigos, viro médica e enfermeira num só. Quero ver quem me diz: " Maria, você tem imensas qualidades, no entanto, as vagas já estão preenchidas pelo doutor x e pelo doutor y. Que tal tentar para o verão que vem?". Um dia escolhem-me a mim e ainda poupam dinheiro! Sistema de ricos, de ordens e profissões poderosas. Hoje, não interessa nada querer dar, querer ir. Ainda que com o nosso próprio dinheiro. Hoje há que poupar tanto que já não há espaço para pessoas com menos experiência. Eu só me pergunto, quando vou ter espaço para ir ganhar experiência?
Um dia meus amigos, ganho o euromilhões e vou sozinha.
Hoje, só quero cama e uma almofada por cima da cabeça e esquecer que o mundo está lá fora. Que chove há dias sem parar. Que quero ir para casa pôr o pé na areia e dar um mergulho no mar para acalmar a desilusão.

terça-feira, 12 de junho de 2012

No, I do not want to be your baby.




Mas que bela sensação cá dentro. Mas que cansaço saboroso. Mas que sonhos tão acesos. Mas que vontades tão atentas. Mas que planos acesos e predispostos.
É assim que deveria ser sempre.
De repente fui chamada para um acampamento de preparação para a missão de 2013. A correr fui à Decathlon comprar material, visto ter tudo em Portugal. Não fiz más escolhas!

E pronto, lá fui parar algures perdida no meio de uma floresta em Inglaterra. Disseram-me a estação onde deveria sair. À chegada retiraram telemóveis e carteiras e tudo mais de valor e dividiram-nos em grupos de 8.
E lá fui eu.

Cenas hipotéticas, tempestades fictícias, imobilização de feridos, comunicação via rádio, noite de sono de apenas 3 horas, mudanças de acampamentos, comidinha enlatada, trekking nocturno, atravessamento de lagos,   etc etc etc...! Por momentos estive em cenas como se tivesse na Índia, na Costa Rica, no Borneo ou na Tanzânia. E, sempre com um grupo fantástico de colegas e de mochila às costas!

Agora é aguardar por uma proposta até sexta feira. O meu desejo é mudar de vida, sempre. Com um brilhozinho nos olhos.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Popeye feminino

Vinha eu para casa tranquila no meu autocarro quando a magra do lado me tira um saco de ervas pré lavadas e desata a comer aquilo desenfreadamente. Em menos de 5 minutos a magra deglutiu um pacote inteirinho de ervas.
Eu amo legumes. Como todos os dias em todas as refeições. Bróculos, couve flôr, agrião, feijão verde, alface, espinafres etc etc etc mas.....daí a comer em seco?? Nem um pinguinho de azeite?!
Comer ervas tipo pipocas?!
Ah e tal vamos ao cinema e pimba, um pacotinho de espinafres e uma água pleno. É que a magra comia aquilo à mão, tipo pacotinho de M&M..

Aposto que não tem nem 1/4 da minha celulite, nem 1/4 da minha barriga...

Popeye feminino! Que aborrecido.





ps-Ervas quero dizer: rocula, espinafres, alface, agrião etc...

sábado, 2 de junho de 2012


Pois que a música leva-nos aonde quisermos, onde queremos voltar...
...aonde fomos felizes, aonde nos resta memória...
...onde estivémos uma noite inteira a pular, a gritar, a cantar!

O poder de um concerto pode perdurar toda a nossa vida.

O meu primeiro concerto foram os Delfins, no forte de Peniche. Tinha aí uns 8 anos. :)

O meu segundo foi no estádio de Alvalade. O antigo. Tinha 11 ou 12 anos e fui com o meu papá. Também ele nos seus fantásticos 43 ou 44 nem sei! 
(Também não quero fazer muitas conta!... O meu George Cloney lá de casa já está com um pézinho nos 60 não tarda nada.)
Bryan Adams. Bryan Adams foi o meu segundo concerto com os Quinta dos Bill a abrir com Alvalade a vibrar.... ahahahahah 
O Mr Adams vibrava uns belos 36 anos e cantava The summer of 69. Trouxe para casa um chapéu dele a dizer So far So good.
E é ele que me encanta de fundo enquanto escrevo. Ao vivo e em directo do Rock in Rio Lisboa 2012.
Olhei para ele de repente quando entrou e pensei:  efectivamente a vida passa mesmo. Vivida intensamente ou não, mas passa. 
O senhor tem agora 52 anos e cantou-me Everything I do I do it for you como se ainda estivesse nos fervorosos 36 dos anos 90. Já para não falar do All for Love.
E eu que tenho dito que os 28 anos me têm pesado desde Março a valer. Não minto. De repente tem dias que o tempo anda a correr mais depressa. Depressa demais. E também sou uma saudosista sem precedentes.