terça-feira, 18 de novembro de 2014

Agora já existe uma estrela com o teu nome (e de verdade!) -18/11/1998-


                                 



No dia em que as barbies foram arrumadas numa caixa, contaram-me uma estória para "me embalar".
Que no fim de contas, eu tinha "agora a sorte de ter uma estrela no céu a olhar por mim".

                       

Na vida é assim, vamos seguindo cheias de ilusões palpitantes na cabeça. Ideias que ocupam o espaço daquilo que não pode ser reocupado.

Não é mais fácil mas sim mais simples para aceitar e seguir.

E foi assim ao longo destes 16 anos. 
De cada vez que me ía um pouquinho abaixo, olhava para o céu e pedia, pedia, pedia... 
"Não me abandones". 
Sentia-me um Simba a olhar naquela noite estrelada, e, muitas vezes revoltada também eu gritava "disseram me que estarias sempre aí para me ajudar".

                 
                  


Mas as estrelas não nos protegem dos trambolhões do percurso. 
Cálculo eu, que iluminem.

Foi difícil aceitar que não era fição.
Foi difícil acreditar que a ausência era a realidade.

Pois fiz questão de saber onde está.
E registei o nome no céu. 
Num local escolhido por mim. 

Não posso mudar o que foi dito ou o que aconteceu. Mas posso fazer por manter uma luz que me ilumine os trambolhões. 

Como disse a Carminho, peço a Deus que me conserve a memória. Chamem-me nostálgica ou saudosista mas a verdade, a verdade é que assim guardo o melhor de nós no coração.

Aqui está a prova em certificado. O mapa é grande demais para o upload.

       

sábado, 15 de novembro de 2014

O mundo devia refletir mais.

                                        

Não nos chegam os filmes. Não chegam as imagens. Não chegam as reportagens. Não chega o conhecimento de que acontece. Não chega a desgraça em redor. Não chegam os gritos. Não chegam as bombas. Não chega a fome. Não chegam os campos. Não chegam os refugiados. Não chegam os órfãos. Não chega a sede. Não chegam os amputados. 

Não nos chega a violência. Não chegam as armas. Não chegam as lágrimas. Não chegam as rezas. Não chegam as religiões. Não chegam as promessas. Não chega a dor. Não chegam as mortes. Não chega a destruição. Não chega o medo. Não chega a política. Não chegam os diamantes. Não chega África. Não chega a Ásia. Não chega o petróleo. Não chega os genocídios. Não chegam os jornais. 

Nao chegam as enfermeiras. Não chegam os jornalistas. Não chegam os médicos. Não chegam as doenças. Não chega. Os testes. Não chega a corrupção. Não chegam as viagens. Não chegam os cobaias. Não chega hollywood. Não chega a ferida. Não chegam as armas. Não chegam as guerras. Não chegam os exércitos. Não chegam os acordos. Não chegam os pactos. Não chega a paz.


Ps- adorei o filme.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

I am a King's daughter.


                 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Exemplos que ficam para sempre. R.I.P. Brittany

Não gosto do facebook por razões que para o caso não interessam.
Gosto do facebook quando, estando longe, me aproxima, e me deixa fazer parte da vida dos que conheço e que gostaria de estar perto, diariamente.
Contudo, hoje, serviu para me informar de que Brittany Maynard, tinha decidido colocar fim à vida.
Confesso que desde então, comecei a tropeçar no dia, na vida, nas memórias. 

Fico assim por momentos a olhar para o ecrã sem saber exactamente o que dizer ou por onde começar. 
Para muitos um acto de egoísmo, para outros um acto de coragem. 
Não criticando os comentários nem tão pouco a Brittany, atrevo-me a dizer que se trata de um acto de liberdade. Liberdade de escolha. 
Egoísta? Também. Porque jamais, para uma família será leve, aceitar a partida de alguém que se ama. De coragem? E que coragem!

Segui de perto esta estória porque a descrição dos episódios médicos, das situações, do potencial desfecho e desfiguração... Me eram familiares em imagens e vivências. 

Para mim, esta rapariga foi de uma grandeza ímpar, una!

Para a maioria das pessoas que conheço, e a quem já abordei o tema Morte, em nada as afecta o pensamento de finitude mas sim, a questão de sofrimento e a forma como vão morrer.
Para mim afecta-me tudo o que esteja relacionado com a Morte. 
Afecta-me a finitude, a minha morte e a dos outros. Afecta- me deixar mil e uma coisas por fazer.
Ao contrário, não me assusta se vou sofrer, por mais incrível que isso seja.
Em tempos, a minha avó já se arreliou porque me considera uma mulher de fé, portanto não compreende o porquê de ter medo em morrer. O incrível é que para mim, uma coisa não invalida a outra.

Encontro-me ainda, muito em pedaços. E a tristeza que sinto mais uma vez,  ao ver uma rapariga da minha idade, com as mesmas potencialidades nesta vida, a desaparecer, só me traz momentos de reflexão bombardeados por uma angústia mal tratada.

Quando a meio do dia dei por mim a chorar encostada à parede da wc, deixei-me cair até ao chão e apertei-me com força de braços em volta dos meus joelhos. E agradeci. Agradeci por toda eu estar bem e saudável. Esqueci por instantes a mágoa que tenho em relação a mim, aos meus acontecimentos, ao meu mapa, às minhas decisões e ao meu destino. 
Naquele momento, soube, que o deveria fazer mais vezes. Que deveria continuar com a mesma fé na minha caminhada. Que por mais quedas e desanimos, que por mais contramãos ou fracassos, que por mais portas fechadas e trilhos, a vida ainda esta toda à minha frente. As decisões estão todas feitas. E o presente está aqui. De dia. Ao acordar. Ao amanhecer. Com alegria.
Do passado, vou cuidadando com carinho, trabalhando a perda e a saudade.
Do futuro, que venha com vontade.

Descansa em paz B.


                        





Eat chocolate and carry on.

                      

                  B.