Hoje de manhã, a sair do Hospital, senti-me como o tempo... aliás, Portugal deve estar como o tempo... nublado. Foi tudo sol de pouca dura. Mas caramba, eu estou bastante satisfeita, fico sempre! Claro que me entristece, somos sempre conotados como uma equipa poderosa e forte mas na verdade nunca ganhámos nada. Mas desta vez, quando marcámos, marcámos bem e os 7-0 ficaram registados como a melhor marca de 2010. O que interessa nestas competições também é o convívio, os churrascos, a união, os amigos! O agarrar o cachecol, o pular e saltar porque era quase golo... é jogo. Ou se perde ou se ganha, como em tudo na vida.
Hoje o meu Pai faz 58 aninhos. Agradeço ao Skipe porque cantei os parabéns com toda a família. Mais um dos maus momentos quando se está longe. Tudo bem até ligar a câmara. Tudo triste quando se tem de desligar. Depois passa. :)
Ah pois é, tanto mal tratam os outros que agora pimba, venham para casa e a piar fininho. Ou melhor, maltratam os outros não, discriminam PORTUGAL!
Passo a explicar...
Que os ingleses não podem com o Cristiano Ronaldo e com o Mourinho, já todos sabemos (dor de cotovelo porque os deixaram!), que o Rooney não pode com a Selecção Portuguesa, já todos sabemos (sim, porque ele até disse numa Conferência de Imprensa que queria Portugal fora do Mundial...) agora, que com ironia comentem os jogos de Portugal é que não!
"The most attacking team in world football against the tournament's top scorers so far" (in Sun, em relação ao jogo Brasil - Portugal)
"Diving, cynical fouls and no goals... even Brazil could not save this" (in Daily Mirror)
Trabalho aqui, moro aqui, pago as minhas taxas, não recebo benefícios nenhuns mas, às vezes estes ingleses metem-me fora de mim. Puxam o meu patriotismo até mais não! Nem o Brasil pode salvar isto????? Ai que nervos! A sorte destes gajos foi ter sido a Coreia do Norte a levar com 7 porque senão, se fossem estes a jogar connosco, levavam ainda mais! E se eles jogaram alguma coisa este campeonato. Bando de estrelas do futebol que não fizeram nenhum! Portugal até pode sair terça-feira mas jogou muito bem contra o Brasil que, sempre joga para vencer e ficou com um zerinho!
Eu também gosto muito do Brasil, mas não me falem da selecção inglesa que eu vou-me a eles e, já!
Bom, comecei Sexta-Feira às 15h sentadinha num Pub em Trafalgar Square... Portugal 0-0 Brasil. Após o jogo, eu e a Gi lá fomos todas entusiasmadas para o Hard Rock Calling London 2010 para ver Ben Harper e Pearl Jam.
Ben Harper foi uma desilusão... o homem que tem uma voz daquelas só nos deu música sem cantar. Pouco ou nada cantou e, foram apenas uns 40 minutinhos de concerto... :(
Já Pearl Jam, foi um dos concertos da minha vida.
Já vi e ouvi muitos, mas este, ali em pleno parque, numa cidade longe de casa, no meio de um mar gente, foi sem dúvida surreal.
Ali, senti-me livre, forte, corajosa, viva!
"Ooh, once upon a time I could control myself, yeah...
Once upon a time I could lose myself, yeah, yeah, yeah...
Once, upon a time I could love myself, yeah..." (Once - Pearl Jam)
"i changed by not changing at all, small town predicts my fate
perhaps that's what no one wants to see
i just want to scream...hello...
my god its been so long, never dreamed you'd return
but now here you are, and here i am
hearts and thoughts they fade...away...
hearts and thoughts they fade...away...
hearts and thoughts they fade, fade away...
hearts and thoughts they fade..."
(Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town - Pearl Jam)
E, depois de 3 horas de concerto, depois de voltarem a palco três vezes, depois de numa das saídas o Eddie levar a bandeira de Portugal pendurada no bolso das calças, depois de pular e gritar até não dar mais, acabou... por volta das 24h :(
Mas excelente organização, só não achei muita piada, mais uma vez pedirem-me o cartão de identidade na fila para comprar uma cerveja, mas enfim, há que dar um desconto!
"All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be... yeah...
I know someday you'll have a beautiful life,
I know you'll be a sun in somebody else's sky, but why
Bem, esta noite que passou foi de fugir. Odeio quando isto me acontece. Desliguei o computador deveriam ser umas 24h20m, desliguei a luz de seguida, embrulhei-me no lençol e deslizei na cama, pousei a cabeça na almofada e fechei os olhos. Virei-me para o lado contrário dez minutos depois, voltei a virar 20 minutos depois, revirei tudo 5 minutos depois e, nada. Nada de o sono me pegar e levar. Andei nisto horas perdidas pois volta e meia olhava para o telemóvel e, as horas passavam e a noite fugia-me entre segundos. Devo ter adormecido por 30 minutos pois acordei novamente às 3h. Levantei-me e passeei-me por casa. Bebi água, fui à wc, regressei ao meu perturbador do sono - quarto, sei lá eu!
Respirei fundo, concentrei-me e devo ter caído no sono, mas num sono bem curto, que durou umas 2 horas. Suficientes para sonhar.
Eu sou daquelas pessoas, que é rara uma noite com sonhos. Não sei explicar porquê, até tenho pena de nunca ter sonhado coisas que tanto queria. Até já adormeci a pensar só no que queria sonhar para ver se dava certo, como me disseram para fazer! Mitos e Tretas.
Ouvi o carteiro subir as escadas, senti o barulho da caixa a abrir e caiu uma carta no chão. Uma carta anónima que me pedia para estar em Trafalgar Square às 14h em ponto no dia 7 de Julho e, subir ao Leão que está do lado direito de quem está de frente para a National Gallery. E mais nada, era só isto. Desconfiada, fui. Lembro-me de já estar em cima do patamar onde está o leão e pensar que me farto de gozar com as pessoas que tentam subir aquilo para a bela da foto.
Vejo um envelope com o meu nome e pensei, alguém me está a ver de longe e não estou a achar piada. A carta dizia apenas para ir ao Marks&Spencer comprar duas sandes e, alugar duas cadeiras de riscas verdes em St James's Park e, esperar.
Aluguei as cadeiras e pensei que a minha mana ou a m. me tinham vindo visitar e eu não sabia. Pensei depois no meu pai, mas teriam de ser 3 sandes porque a p. também vinha.
Pensei em quinhentos nomes e pessoas.
E, quase que anoiteceu. Só pode ser brincadeira de mau gosto.
...
Apareceu com duas garrafinhas de moscatel das pequeninas e dois copos com gelo e sentou-se sem dizendo, estou cheio de fome e tu?
Só me ri, ri muito. Não estava a acreditar.
Tal não podia acreditar que, acordei.
Porque se acorda quando o melhor poderia estar para acontecer?
Que dia lindo! Que dia solarento e azul. Finalmente!
Nem me tinha apercebido que os dias estão maiores, quase até às 23h! Está sempre escuro e cheio de nuvens. Oxalá se estenda por mais uns dias, isso é que era!
Há já várias noites que adormecia com dificuldade porque ouvia, constantemente, gritos estranhos, tipo crianças em aflição. Hoje descobri que são raposas. Estas bichas fazem um som super estranho, nunca tal me passou pela cabeça. Vagabundeiam pela cidade à noite numa boa e entram dentro de casas e jardins. Já disse à Fi, fecha as janelas à tarde :p
Esta coisa dos emigrantes dizerem que tudo bate mais forte quando se está fora do país, começa a ter o seu qb de verdade.
Hoje vi o jogo aos bocadinhos pois estive a trabalhar e as cirurgias não pararam em cada golo, infelizmente... (devo dizer). Comecei a manhã a ser gozada pela malta inglesa porque tinha o cachecol estendido no gabinete de enfermagem e, com toda a calma fui respondendo que Inglaterra deveria aprender com quem sabe, nós. E pumba! Tomei lá 7!
Cheguei a casa e fui ver os relatos na internet e imagens dos portugueses a festejar e, não é que arrepia mesmo? Bate aquele nervoso miudinho e aquele orgulho patriota hehehehe
...pois não consigo escapar e, não emigrei :p
Mas hoje tudo me alegra!
Começa o Verão e foi o dia mais comprido do ano.
Força PORTUGAL!
E pronto, mais um fim de semana que acabou... este soube bem porque estive de descanso. Quer dizer, mais ou menos. Hoje até estou bem cansada porque ontem fui fazer voluntariado. Passo a explicar, a minha chefe convidou-me para ir fazer voluntariado na Igreja dela (que por sinal nem sei bem qual é a religião, mas isso não interessa nada...) e, estive a lavar carros toda a manhã lol. Só eu! Mas no que toca a caridade e arranjar fundos monetários para ajudar os outros, contem sempre comigo. Até lavo carros!
E mais nada de especial, hoje foi um dia de descanso porque a semana vai ser trabalhosa, mas vai começar bem com a vitória de Portugal amanhã e, vai acabar muito bem com o concerto de Pearl Jam e Ben Harper!
ps- amanhã vou levar o cachecol da selecção e colocar no gabinete de enfermagem hehehehe
Tinha doze anos quando cheguei de um acampamento com a mana, à noite, cansadas de uma semana de aventuras no Paúl. E lá estava ela tão pequenina e com um galo na cabeça. Escondeu-se entre as pernas da minha Mãe. Estava assustada com tanta gritaria e excitação vinda por minha parte e da mana. Que loucura aquela. Ela era um máximo, cor de camurça, com uma risquinha branca ao meio e um focinho de querer apertar até não dar mais.
Os pais todos babados pediam-nos para ter calma porque ela era muito pequenina. hahaahha
Não me lembro de os ver tão babadinhos por aquele tesouro. Até luzinhas de presença compraram para pôr em casa, nas fichas, para que o cachorro não tivesse medo do escuro! Ai que delícia de tempo aquele.
Pois então, crescer com a Nely foi o melhor que podia ter acontecido em toda a minha adolescência.
Tirando todas aquelas partes chatas de limpar o xixi e o cocó ao início até ela aprender ou as portas todas mordidas ou os óculos da mana no lixo. Mas muitas foram as galhofas que nos proporcionou!
Uma vez, a mãe tinha carne preparada para servir, tirou do forno e pousou em cima da bancada da cozinha, cinco minutos depois, estava a ser o almoço da Nely. Os gatos da vizinhança desapareceram durante anos, as minhas barbies foram muitas vezes mutiladas, o lanche que não comia na escola servia para ela.
Ao jantar, ela sentava-se muito direitinha ao lado das nossas cadeiras, olhava assim muito tímida e pestanejava com um fiozinho de baba a cair. Surrateiramente lá lhe davamos alguma coisa sem que pudessem desconfiar.
Também lhe contei muitos segredos. Também me abraçou muitas vezes e mimou. Acompanhou-me muitas das minhas noites sozinha em casa. Deu-me muito colo.
Comia ervas, bebia água do mar. Não podia ver um cão preto.
Teve oito cachorrinhos e chorou bastante quando o esposo foi embora no carro da dona. À primeira vista nada se passou, era uma cadela difícil :P Mas da segunda vez ficou cega de amores! E os filhotes eram lindos lindos lindos....
Agora tenho a Anouk. Que também é uma fofa mas muito ciumenta. A Nely roubou-lhe muitas vezes o protagonismo. A maior parte do tempo, na verdade.
Dia 6 de Setembro vai fazer dois anos que ela morreu.
Passei os últimos meses a caminho da Clinica Veterinária, troquei turnos e fiz giga-jogas para passar o tempo todo com ela. Alternava com o pai, para que nunca estivesse sozinha. Montes de medicação, mas dia-a-dia ia caindo mais. Até que um dia, quando estava a fazer o turno da tarde no hospital, ela escolheu o pai para lhe fazer companhia.
Liguei para a agência funerária de Alcabideche para que a viessem buscar. No dia seguinte fui lá, levei um malmequer cor de laranja do jardim que ela adorava cheirar e, trouxe-a numa caixinha no banco da frente, bem do meu lado, até casa.
Até hoje, ainda não me consegui libertar totalmente dela. Espero em Agosto, num belo dia de sol, ir com a mana à sua praia favorita e deixá-la livre.
"Foste uma grande companhia para a minha família meu doce"
E porquê todo este discurso? LOL
Porque acabei de ver o filme do Marley&Me LOL
E pareço uma madalena arrependida heehehheh
Mas como diz no filme,
"Se deres o teu coração a um cão, ele dar-te-à o dele"
Foi só isto que pronunciou baixinho, com a ligeireza de quem dá um suspiro levezinho. Pálida, olhar perdido, aquela expressão sem linhas. Inchada. Sem pêlos. Sem sombras, olheiras portanto. E esforçou-se muito para me fazer a pergunta. Sentei-me ao lado, na cama e respondi:
"No. But tonight England will do. Your sister will came to see the game with you". (18-06-2010)
Inglaterra ficou na mesma. Empatado. Assim está ela e aquela doença. Empatadas. Nem para frente nem para trás. Lá está, enrolada na cama, bebendo água e entupindo-se de medicação. E eu entro, artilhada com avental e luvas e máscara só para a proteger do mal que lhe posso transmitir. Mais mal do que aquele que ela já tem. E não posso ficar muito tempo, três dedos de conversa, dar a medicação, fazer-lhe a cama de lavado, convencê-la de que os valores estão a subir e que vai sair dali como da última vez, inventar um novo cardápio para o almoço que lhe possa passar da boca ao estõmago sem a ferir ou fazer sofrer mais ainda pois tudo são chagas. Como será que ela se sente, deitada numa cama a ver me entrar tipo extra terrestre azul?? E ela estranha porque eu lhe toco, porque a abraço, porque até já choro com ela. Venho para casa e penso nela. Hoje não fui trabalhar mas é ela que me preenche o pensamento.
Só posso ter escolhido a profissão errada ou tenho de sair urgentemente do ambiente hospitalar! E não tenho o direito de me desculpar com o que já vivi ou assisti no passado. Já não serve, já não chega. Puxa a revolta que há em mim, enrola-se no estômago e, fico com um nó na garganta, fica tudo seco e a arder. Apetece-me dar murros nas paredes, bater com a mão na mesa e gritar para dizer chega. Para dizer não dá mais, não pode aparecer mais. Tem sido todas as semanas. Novos casos e mais novos casos e ainda mais casos. Chegam de manhã, fazem a biópsia, guardam a esperança 1h30m e BOOM! Bad news for you. Queria fechar os olhos e transformar o cancro numa doença crónica como uma diabetes ou uma artrite.
Até posso comparar, dou por mim a reviver por minutos. Não queria. Não quero que as pessoas passem por tudo aquilo. Mas que raio de lição há para aprender? Que treta de conversa é essa? Uma pessoa abre o jornal e só lê que este matou aquele, que o outro maltratou não sei quem... Caramba, os deuses de todas as religiões que me perdoem mas que mal tão grande estas pessoas teram cometido? Revolto-me e não estou de facto a ajudar quem luta.
For You
Mil perdões. Dava tudo para impedir. Espero por milagres porque eles acontecem que eu sei.
Eu hoje estou bem disposta.
Dia de sol, saí do hospital às 21h e estava ainda de dia e bem clarinho. Que bom e que quentinho!
Além disso, recebi os meus bilhetes para ver Pearl Jam e Ben Harper para a semana em Hide Park. Ai que belo fim de semana me espera! Vou ver Potugal ganhar e passar à fase seguinte, vou ao concerto e, sábado talvez vá a uma festa de capoeira! Perfeito.
Hoje só penso em vocês.
(Penso todos os dias na verdade)
Envio as minhas energias positivas à minha Ninô e à Necas!
Há uma semana que esta internet andava variada de todo! Mas como chego sempre doida para me enfiar na cama, nunca me apetece ligar para os senhores da BT.
Hoje teve de ser porque já me estava a irritar esta coisa de estar sempre a ir abaixo.
No meio do telefonema, o senhor muito simpático lá me pediu para conectar um cabo desde o meu computador até à box da wireless. Fiz tudo direitinho!
Mais ao menos ao meu jeito.
Inglês fluente ao telefone já é difícil de entender, quanto mais inglês de paquistanês! UI!
Esforcei-me e lá conectei os cabos todos, ele pediu-me autorização para entrar no pc, apareceu um comunicado da BT, aceitei e pronto, ele lá começou a mexer nas ligações e eu a olhar para o ecrã feita monguinha, a seguir a seta do ratinho para todo o lado...
... começo a ver a setinha desorientada e CLIC, o meu computador está em português hehehehe
...o senhor está perdido, pensei eu... hahahahaha
Ligou-me outra vez, lá fiz de tradutora até ele conseguir mudar o idioma.
Arranjou tudo e desligamos o contacto. Pelo telefone ele despediu-se e, reparei que tinha tudo em inglês. Grande gaita!
Estive a passar tudo para português mas estava até agora (30 minutos) a perceber como mudar a escrita do teclado.
Escrevia e aparecia-me algo como [{i{/at9].
Valha me tudo e mais alguma coisa para tanta burrice a minha.
Hoje é dia de Santo António.
Dia da minha Lisboa com cheiro a sardinha assada e manjericos.
Se vivesse em Portugal, ontem tinha passado a noite em Alfama, na Graça, na Mouraria, no Bairro Alto...
Tinha enchido a barriguinha de sardinhas, tinha stressado para furar no meio da multidão, tinha bebido sangria e ouvido a bela da música popular. Acabava na zona da Sé, direitinha ao Santo António para lhe deixar mais uma vez a minha moeda e comprar o mais belo do Manjerico.
É nestes momentos que tenho pena de aqui estar.
Lembro-me de um ano em que o Pai me comprou um Santo António e, por acidente a M. Baltazar o partiu enquanto limpava o meu quarto. Depois, veio ter comigo preocupada... " Ai maria lá se foi o Santo António, e logo este que te faz tanta falta!" ahaahhaahaha
"Ó M. nem com cabeça quanto mais sem ela... deixa lá, para o ano arranjo outro e, esperemos que mais eficiente!" ehehehhe
Mas adoro o meu santo antoninho :)
Ó meu rico Santo António
Até Agosto aqui vou ficar
Guarda bem o meu pedido
Para em Portugal o concretizar!
Manjericos este ano não tenho
Mas o cheiro vou lembrar...
Haja força para continuar
Para a minha família ir abraçar!
ahhaahahahhahaahhah!
ps- isto é mesmo de quem não tem mais nada para fazer!
O meu dia de Portugal aqui nas Britolândias não podia ter sido melhor. Ontem quando cheguei a casa, depois de um turno de 13 horas e tal, tinha um envelope em cima da cama com o símbolo dos correios português. Rasguei-o num suspiro e caíu-me nas mãos o meu cachecol da selecção. Portugal! Perfeito. Agora vou para os pubs ver jogos heheheeh bem enroladinha no meu dito cujo! Cores perfeitas. :)
Em relação ao trabalho foi duro mas senti-me realizada. Muitas cirurgias mas também agradecimentos por tudo o que fiz pelos meus doentes e família. Assim vale a pena, sabe bem o reconhecimento do nosso desempenho. Além disso, e, para não variar, lá voltaram as lágrimas com uma das doentes. Deu entrada na cirurgia a pensar que tinha a sentença lida e, no fim de tudo, os resultados deram todos negativos. Desta vez a maldita da doença não teve hipóteses. Oxalá os que amo tivessem a mesma sorte, a mesma alegria. Oxalá quem não esqueço tivesse tido o mesmo resultado! É isto que me entristece mas é também isto que muitas vezes a vida nos reserva. Sem avisar, sem mandar a conta.
Para mudar de assunto e de pensamento, hoje fui ao cinema ver Letters to Juliet. Filme feito em Verona. Cidade do Amor. Aliás, em Itália são muitas as cidades do amor. Gostei do filme, sobretudo porque tudo começa com uma carta e, eu adoro receber e escrever cartas. Cartas de amor devem ser melhor ainda.
O filme transmite, essencialmente, que nunca é tarde de mais para viver um amor que ficou suspenso durante anos. Fala que devemos arriscar, lutar, investir e, correr atrás. Nesse sentido, das vezes que me apaixonei, acho que na maior parte das vezes disse. Talvez não tenha sido a melhor solução ou, talvez não tenha dito da melhor maneira, mas na maioria escrevi, e muito. Todos somos diferentes mas nem por isso menos especiais. "Cartas de amor quem não as tem".
O post de hoje foi uma mistura de vários assuntos, mas é assim baralhada que a minha cabeça está. Desde ontem, desde de sempre talvez.
Às vezes mais valia deixar o amor fora de tudo. Para lá, para lá da próxima esquina, bem ao fundo do outro quarteirão, lá longe onde o sol se põe, no quinto dos infernos! Com os anos lá se vai fazendo por entender o porquê das coisas, onde se errou, o que se perdeu, o que não se arriscou e porque não se viveu. E que mais se pode fazer? Há pessoas que valha me Deus, não se compreendem. Invadem assim o nosso espaço sem pedir licença e, como se nada fosse, ainda enchem o peito para nos contarem os últimos romances ou envolvimentos. Haja paciência. Isto tudo a propósito de situações que vou vivendo através de outros mas, que de uma maneira ou de outra me revoltam também por dentro. Umas vezes porque me revejo nelas, outras apenas porque se trata de pessoas que estimo e prezo e não admito que lhes façam mal assim. Devagarinho, sem pedir. Ah e tal "...porque estou confuso e não sei o que quero"... "mas não te quero perder" (pois não!... Para cozinhar em banho maria compra margarina e põe ao lume!) Ou outra assim... "És a mulher certa na altura errada...". Esta é talvez das melhores. Já ouvi, directamente. E doeu.... ai. Engraçado que já fui a mulher certa algumas vezes, mas que pontaria a minha, sempre na altura errada! E depois o que acontece?? Ficamos aqui, firmes (mais ou menos... porque a carência leva-nos ao chocolate...), confiantes, à espera, naquela de que haverá alguém por aí. E eles lá... aqueles filhos das mãezinhas deles, com todo o respeito, vão ficando com umas e outras, e volta e meia, voltam. Voltam inteirinhos e com tudo! Como se o mundo acabasse amanhã. Deprimidos, vítimas daquela conversa do "já vinhas ter comigo, tenho saudades tuas." e, hoje em dia a net e os sms ajudam imenso, nem precisam de dar a cara. Cobardes. Depois é dar-lhes asas para voarem outra vez. Parecem-me andorinhas, voltam nas estações que lhes dá mais jeito.
E depois quando nos apaixonamos outra vez? Assalta-nos aquele receio de passar por tudo outra vez, de que talvez nem merecemos o momento ou, então escolhemos o complicado. Aliás, somos muito perspicazes nesse sentido. Atraímos mesmo. Ou, nunca nos damos de verdade, porque a nova estação está perto e ele pode voltar para construir o ninho. Vivemos na sombra de um amor impossível e magoado. E, na maioria das vezes durante anos. Nem um sinal, nem recados, nem beijinhos. Quando olhamos bem, estão casados, pais de filhos e exactamente na mesma. Fora disso. E já!
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Arranjei uma namorado exigente.
Chama-se Gymn!
Mas o senhor "deixa-me" de rastos sempre que me encontro com ele. Geralmente estamos juntos 1h30m.
Mas ele tanto gosta de gordas, magras, homens, mulheres... não se compreende!
Enfim, amanhã há mais que por hoje já chegou de namoro. LOL
Na sexta-feira, a minha amiga cá de casa convidou-me, insistentemente, para ir ao circo. Hoje, lá fui às 15h para o circo. Ao início confesso que estava renitente, mas acabei por me divertir e, claro que os meus pensamentos foram para longe, para tempos atrás, bem algures no Campo Pequeno a ver o circo Chen.
Na verdade, todos os anos perto do Natal, a minha Mãe recebia bilhetes na escola e, por vezes como não podia ir, o avô fazia questão de nos levar. Nós bem que preferíamos ir com o avô, porque sabíamos desde logo que as pipocas e o algodão doce estavam garantidos e nem era preciso insistir muito! Foram dias recheados de alegria, e, que repetimos por muitos e bons anos. Desde fotografias em cima de elefantes, voltinhas sentadas no pónei, até à compra de todos os objectos brilhantes. Achei uma piada hoje no circo, estavam lá a vender uns discos que giram em cima de uma vara... lembro-me perfeitamente que o avô, num desses anos, nos comprou um amarelo...
Crescer tem destas coisas. Deixamos de ter tamanho para andarmos de pónei e, também já não temos idade para as pinturas faciais. Mas para ir ao circo?? Não há idade mas sim vontade em reviver bons tempos.
Com esta história de ter vindo para aqui viver, o exercício no meu ginásio ficou para trás e, só estas corridinhas pelo parque não me estavam a satisfazer. Hoje lá comecei no ginásio novamente.
Mas em inglês tudo muda...
Só de me lembrar já me estou a rir.
O Charlie, muito simpático, lá me introduziu tudo e mais alguma coisa, desde a sala de máquinas, à piscina, à sauna, tudo o que tenho direito mas, pequenos promenores ficaram por esclarecer.
1. Estive meia hora no balneário a tentar perceber como fechar um cacifo daqueles. Resolução: enfiar 1£ numa ranhura quase invisível e rodar a chave. ahahah
2. Estive mais 10 minutos a discutir sozinha frente a uma máquina porque introduzia o meu peso, pensando que falava em kilogramas e a parvalhona da máquina estava em "stones". Claro está que aquilo acelarava e eu não estava a perceber nada!
3. etc etc etc porque não me vou envergonhar a mim mesma...
Foi uma animação.
Em 2h30m lá dentro, 1h30m foi de exercício!
Amanhã há mais e melhor porque agora vou dominar aquilo hahahaahahah
Voltei há dois dias. De cada vez que volto parece que custa mais. Mesmo sabendo que serão apenas dois ou três aninhos pelas minhas contas e, que um já lá vai... dói. Mesmo sabendo que isto foi só para meu bem pessoal e profissional... continua a doer.
Desta vez, foi ainda melhor.
Assim que cheguei à Portela a Avó e o Pai lá estavam prontinhos à minha espera. Abraços e beijinhos. Passei os dois dias seguintes num congresso com a G. e a prima Z. Acabei a Tarde com minis e pôr do sol... com a mais bela das vistas. Aquela vista que tanto ansiava.
Durante a semana, perdida entre consultas e visitas a antigos colegas. Visitas também a família com almoços e jantares. Desde idas à pesca com a avó de 83 anos (onde um polvinho foi pescado por mim!) até estadias com amigas de longa data por horas perdidas entre choradeira e confidencias!
Acabei a semana com a festa de anos da minha mana. Por fim, um último domingo solarento e quente angustiada por deixar de ver quem não queria deixar. Quem gostaria de ver e ter por perto.
Na segunda, debaixo de um sol abrasador lá entrei no avião cheia de lágrimas... ver a portela ao longe e de cima seguindo a direcção do oeste não presta... prefiro chegar direitinha a cascais e dar aquela voltinha por cima da caparica e virar no Cristo Rei, entrando direitinha na minha linda cidade de manjericos, mourarias e alfamas!
Escolho sempre viver umas temporadas fora de casa com o objectivo de preparar aquele futuro que tanto quero. Tenho objectivos bem definidos no campo profissional e acho que esse é o alento. Porque de resto, não presto e, não me recomendo. Odeio dizer adeus. Odeio. Dói demais.
O mais estranho, é que nos dias seguintes me sinto super, mega, extremamente vazia por dentro. Sem fome, sem energia....perdida.
Por incrível que pareça, mesmo sentindo-me assim, hoje recebi montanhas de elogios no trabalho. Doentes que foram operados há uns meses e que vieram à consulta externa indo de propósito ao serviço só para saber se eu lá estava e me darem um beijo (sim porque eu despeço-me sempre com beijinhos, o que não é normal aqui - nem à chegada quando se conhecem pessoas nem tão pouco na despedida). Muito queridos os meus doentes. E, como as pessoas não são muito quentes no que toca a relações, todos se lembram de mim porque sou exactamente o oposto. Apesar de tímida, acabo por falar pelos cotovelos, beijinhos e abraços na despedida e votos de grandes e boas melhoras. Eles adoram!! Este talvez seja também um bom alento.
Hoje entreguei alguns "recuerdos" de Portugal e, trouxe vários livros do Posto de Turismo para mostrar imagens do belo do Oeste. Adorava que vissem a cara deles... ah pois não!! Um médico até me perguntou o que estava aqui a fazer, ao qual eu respondi que às vezes também não sei... ele ainda acrescentou "agora entendo porque estás sempre triste nas semanas quando regressas... pois! Porque será??
"Quem ama tem medo de perder..."
ps- Hoje fico por aqui, mas secalhar deveria mudar o título do blog. Em vez de falar da realidade e dos sonhos que tenho, deveria chamar-lhe Muro das Lamentações... sorry!
