Maryland
domingo, 29 de janeiro de 2023
O adeus à travessa de São Lázaro
domingo, 4 de setembro de 2022
Joaquim Vaz de Oliveira
Joaquim.
Um dos nomes mais bonitos que já ouvi. De apelidos herdei o último, mas muitas vezes conversámos sobre o porquê de eu não ter o Vaz. Não sei o que as pessoas conhecem do meu avô nem que estórias viveram com ele que ficassem para a História, mas o que eu sei e vivi foi bonito. Tão bonito que me fez voltar a uma escrita adormecida há uns anos.
Quando olho para esta foto sinto gratidão. Sinto-a porque desde esse dia que nos foi concedida a possibilidade de criarmos memórias juntos, durante 36 anos. E, ainda bem que assim foi, todas elas são importantes para me preencher os dias.
O Joaquim foi o único avô dos meus dias. Não conheci outro. O avô das viagens, dos árabes, das áfricas, dos Ray Ban, das canetas Parker, da pesca, do jornal do Fundão, do senhor abade e do ceguinho que saltava pelo pão com azeitonas, do Carvalhal, da salada, da fruta, da paciência, das voltinhas de triciclo e das idas ao circo chen onde comprava queijadas de sintra, pipocas e algodão doce.
A mim, pediu-me o mais dificil: que o acompanhasse à faculdade de Medicina porque queria doar o corpo à Ciência aos 82 anos de idade. Ri-me e disse-lhe que o fazia mas que não se preocupasse porque ainda duraria até aos 100! Sem diabetes, sem hipertensão, sem doenças crónicas além de depressões, questionei-me a rir sobre o que iriam estudar e saber sobre ele.
Viveu até aos 93 anos. Uma pandemia impediu que estivesse com ele durante os 2 meses anteriores à sua morte. Caiu na sala depois da sua sesta. Fraturou o femur e, numa transferência de hospital com o objetivo de ser operado, uma gota de gordura antecipou-se e invadiu-lhe uma artéria, levando a uma embolia.
Tenho saudades deste colo, destas mãos grandes cheias de manchas. Sabia-lhe de cor todos traços. Olhei muitas vezes de cada vez que me despedia dele para ir para Londres. Criei essa memória porque sempre receei que não esperasse por mim. De nada me valeu perante a pandemia.
Morreu no dia 7 de Abril de 2021, dia Mundial da Saúde e o seu corpo foi entregue à Faculdade de Medicina como assim desejou. No dia 14 de Junho de 2022 regressou para nós. Em breve sei que libertaremos as cinzas no seu Carvalhal em plena Serra da Gardunha.
A vida e o amor querem se livres.
Lembro as últimas palavras ao telefone no meu aniversário um mês antes, "A minha netinha. Saúde, sorte e algum dinheirinho para os gastos" <3
domingo, 18 de novembro de 2018
E chegámos aos 20. Fica o alerta.
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
O caminho - Em modo Variações.
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
A ida é uma Cambada de tentativas!
Para as vindas, regressos ou voltas, eu sei lá... ainda não tenho. E penso que nunca irei arranjar.
Começa logo pela tentativa de fechar uma mala. Biscoitos para os avós, encomendas para as amigas, coisas para a mana, livros que se acumulam, roupas que são para levar etc etc etc...
Depois a tentativa de chegar a horas ao aeroporto mas tentar passar lá o menos tempo possivel para evitar (acho eu) uma tentativa de ataques nos corredores de check in ... Faço o check in online e se possível mala de mão para entrar meia que a passos largos e rezar para que a fila de controlo esteja curta.
Depois vem a tentativa de a companhia aérea estar dentro dos timmings. Seja British, TAP, Easyjet etc, Já esperei por todas. Não há reclamações porque desde que me levem inteira eu já estou agradecida.
E claro! Nunca lá chego sem antes considerar o voo uma tentativa de algo agradável e relaxante. Impossivel! O gin tonico ajuda mas não apazigua.
Depois à chegada há aquele frenesim e lá me esforço para segurar as emoções e tentar fazer de conta de que estava há anos sem lá voltar... sim, porque ninguém que vai a casa, muitas vezes com a sorte de ir de 3 em 3 meses, faz estas figuras. Mas é que eu sou mesmo de lá gente. Eu sou do mundo mas primeiro eu sou dali.
Sou mesmo.
E durante aqueles 8 dias, 5 dias, 15 dias, 3 semanas ou até duas noites apenas.... vem a pior de todas as tentativas - tentar ver e abraçar este mundo e o outro. É sem dúvida uma tentativa amarga pois há sempre tantos que ficam por abraçar... É uma correria tal que chego a ter pequeno almoço com esta, almoço com aquele, lanche com a outra e jantar com os outros. Já cheguei a não ter tempo de me sentar no sofá de lá de casa.
E por último.... a tentativa do ficar lá.
Para sempre.
Há 8 anos tentei. Há 7 também. E há 6, e 5, e 4, 3, 2, antepassado, este ano... e sim há mais empregos, e sim há mais tentativas. E o que a vida quiser de mim vai lá estar à minha espera.
O que a vida quiser de nós, vai lá estar à nossa espera.
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
O lado cruo da Enfermagem
domingo, 5 de novembro de 2017
Fala-me de gratidão
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Ananás.
Mas para cair, caio de pé.
Há quem diga que assim caem os gatos. E pelos vistos têm 7 vidas. Vamos em frente.
Na verdade, já não são as quedas que me magoam.. são as insistentes expectativas mal controladas.
São as fracções de segundo em que explode em mim uma restea de esperança que se perde no corpo como que um rastilho.
São as horas em que o coração me salta para fora do peito e me desaparece este peso que trago.
São os dias que perco a dizer a mim mesma para respirar, para não me entusiasmar, para segurar baixinho.
Depois a realidade. De novo. Não foi desta. E olha que é em tudo. O meu comandante das forças ocultas diz que a sorte dá trabalho, seja na carreira ou no amor.
E depois choro tudo o que há para chorar. Mordo as mesmas fronhas de almofadas pela noite a dentro. Tento meditar e agradecer o que tenho e o que conquisto. Saúde, o mais importante.
terça-feira, 20 de junho de 2017
O nada que somos é demasiado egocêntrico.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Moana
She stands apart from the crowd
She loves the sea and her people
She makes her whole family proud
Sometimes the world seems against you
The journey may leave a scar
But scars can heal and reveal just
Where you are
The people you love will change you
The things you have learned will guide you
And nothing on earth can silence
The quiet voice still inside you
And when that voice starts to whisper
Moana, you've come so far
Moana, listen
Do you know who you are?
I am a girl who loves my island
I'm the girl who loves the sea
It calls me
I am the daughter of the village chief
We are descended from voyagers
Who found their way across the world
They call me
I've delivered us to where we are
I have journeyed farther
I am everything I've learned and more
Still it calls me
And the call isn't out there at all, it's inside me
It's like the tide; always falling and rising
I will carry you here in my heart you'll remind me
That come what may
I know the way
I am Maria!!!
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Women Inspiration
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Lá em cima
domingo, 17 de julho de 2016
Euro 2016
sábado, 19 de março de 2016
Comandante das Forças Ocultas: o Pai.
Hoje é o dia do Principe dos meus sonhos. Sim, porque para encontrar alguém como tu há-que sonhar bastante. Porque não pode ser só uma pessoa como Tu. Tem de ser um Pai como TU.
Não me lembro se me viste nascer ou se me deste a primeira papa. Mas sei que foste tu que ensinaste a maior parte do que sei e do que sou.
São memórias que perduram para sempre:
- Andarmos de bicicleta ao fim de semana,
- Rirmos às gargalhadas no jogo do sofá (aquele que eu adorava - em que eu me queria levantar e tu sempre a empurrar para trás de novo),
- Fazermos pequenos almoços ingleses com cogumelos e ovos mexidos (mal sabia que era Inglaterra que nos manteria afastados),
- Montarmos pistas de carros telecomandados, pistas de comboios de madeira,
- Andar nas tuas "cavalitas" nos concertos ou em feiras,
- Fazer saltos nas águas calmas de Sesimbra ou na piscina,
- Vermos filmes de desenhos animados aninhados no sofá,
- Montarmos puzzles,
- Jardinarmos na rua os dois,
- Pintarmos muros com cal,
- Irmos juntos para a Escola,
- Sentar-me ao teu colo e deixares-me conduzir agarrando no volante na rua da avó,
- Pregarmos partidas,
- Cozinharmos bolos ao fim de semana,
- Irmos mil e quinhentas vezes ao Jardim Zoológico,
- Teres ido comigo ao meu primeiro concerto: Bryan Adams em 1996.
- Teres partido o espelho de carro ao sair à pressa de casa para virem esconder a minha futura mota...
- Deixares-me mascarar-te..
...são tantas pai. E tão boas.
Podes pensar que só relatei lembranças de criança mas são as mais fáceis de manter porque se rasgam sorrisos no rosto e gargalhadas aqui sozinha!
Oxalá tivessem sido sempre assim.
O que eu daria para que não tivesses sido tu a dar-me a pior noticia de sempre. Precisarei de minhentas vidas para me esquecer de ti a entrar no meu quarto naquele dia.
Eu não queria ter ouvido.
Oxalá nunca te tivesse assustado em dia nenhum da tua vida. Entre acidentes, hospitalizações, operações... mas foi a vida a mostrar-nos como se criam laços e como cresce o amor.
Porque o amor só cresce quando começamos a perceber que não queremos viver sem essa pessoa.
E eu sei que um dia sou eu que vou ter de aprender a viver sem ti.
Mas preciso de muitas mais lembranças e momentos para que me fortaleças.
Precisamos de continuar a passar férias juntos e a celebrar as nossas vidas (Podes apontar pelo menos mais 40 anos).
Vais ter de me levar ao altar (Podes apontar só para isso... talvez 20 anos!)
Vais ter de embalar os teus netos (Para esta .... não sei avaliar o tempo!)
Vais ter de os levar às "cavalitas", vais ter de andar de bicicleta..
Ainda vamos ter muitos jardins para plantar!
Ainda vamos ter muitos muros para pintar!
Ainda vamos ter muitos anos para te amar. Para te continuar a amar.
És o maior PAI. Mesmo o maior.
OBRIGADA
Aproveita o teu dia.
Amo-te.