Hoje quando vinha a caminho de casa parei 5 minutos a olhar para uma casa em construção. Lá dentro, uma família dava voltas e visitava as divisões da mesma. Por momentos o meu cérebro parou e o pensamento voou para 1994 ou 1995 já nem sei bem.
Recordo-me de andar a correr por entre tijolos e azulejos e, pousar de vez em quando para a fotografia que o pai tão cuidadosamente fazia. A casa era de sonhos, pelo menos para nós. Aquele cheiro a cimento acabado de fazer ainda me está na lembrança.
Uma noite, fiz uma birra enorme porque queria ir dormir à casa nova e ela ainda não tinha as mobílias lá dentro. De repente, os papás fizeram uma surpresa e fomos todos dormir em colchões, cada um no seu quarto. Ai aquele cheiro a madeira encerada de fresco e os vidros que retratavam a paisagem como em quadros de parede. Cada uma escolheu o seu quarto e os azulejos da sua casa de banho. Eu, como é óbvio escolhi cor-de-rosa! Laços cor-de-rosa.
Se soubesse o que sei hoje, tinha feito a birra muito tempo antes e, tinhamos vivido ali que nem ciganos e aproveitado cada minuto a mais. Depois dessa noite, nunca mais de lá saimos. Mas ainda muito há por fazer. Temos vivido cada dia e usufruido cada cantinho novo.
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