segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Prato da Vista Alegre





A cores, a preto e branco, mudos ou a 3D, são sempre iguais. Histórias de amor que nos enchem o coração, que me enchem o coração. Lamechas ou com algum drama alimentam este cérebro vazio, frio e fechado. Vulgares ou Unos aquecem este coração amolgado e frustrado.
Pergunto-me tantas vezes se todas estas histórias foram inventadas ou se o autor as viveu ou se baseou em vidas que as relataram. Com finais por vezes tristes ao contrário do que preferia, não deixam de ser amores altamente abençoados.
Hoje em dia olho em volta e parece que o romance desapareceu. As pessoas estão descrentes e não esperam almas gémeas a esbarrar contra elas numa esquina. E eu até começo a aceitar isso. Mas aceitar que podemos viver sozinhos e de que não precisamos de alguém para nos dar amor, impossível. Por mais fortes e seguros que possamos ser a especular sobre a teoria, não acredito que algum ser humano possa desprezar o sentimento pelo outro.
O que me assusta nos dias que correm é a facilidade como se deixam as coisas, as pessoas, os sentimentos. "Acabou-se, não quero mais, não sei o que quero, mas não sinto que pertença mais aqui."
Será que vamos passar a ser também descartáveis como um prato de papel numa festa de aniversário? Ou então pessoas made in Ikea? Baratas e que ao fim de um ano podemos trocar pela nova colecção?
Eu não vou conseguir ser apenas um guardanapo de papel para alguém. Eu não me importava de ser um serviço Vista Alegre, daqueles que se encontram ao fim de uns anos perfeitos, como se os anos não tivessem passado por eles. Daqueles que participaram em todos os momentos marcantes e importantes e que havivam a memória, lembrando que alguém foi feliz. 
É isto assustador a quem lê?
É um terror pensar que se pode ser feliz com alguém por 20 ou 30 anos? É assim duro demais e insuportável tudo o que é considerado um obstáculo? Eu não quero com isto dizer que nos devemos ou temos de casar.
Eu sou a primeira a não querer um casamento tradicional. A palavra de casamento não tem de ser assinada num papel.
O que é que assusta no meio de tudo?
Olho à volta e não sinto nenhuma garra nas relações que conheço. Uns porque continuam sozinhos e não querem nada com ninguém, outros porque se acomodaram, outros porque fazem quinhentas mil vidas às escondidas. Sei Lá.

Não sei muito mais o que dizer ou como me exprimir sem me interpretarem mal, mas era mais ou menos nisto que pensava quando olhava para alguns DVD aqui em casa. 





ps- Oxalá com a crise a Vista Alegre não colapse se não aí é que perco a esperança LOL 

1 comentário:

  1. Linda partilho palavra a palavra, letra a letra tudo que que te vai na alma... também eu me pergunto vezes sem conta para onde nos deixamos levar...
    Beijinhos grandes de uma alma incorrigivelmente romântica como a tua lol
    (devem ser os ventos do oeste lolol)
    Paula Evangelista

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