sábado, 6 de novembro de 2010

Marias para os Manéis

Volta e meia é assim, fico sem os pés no chão. Tiram-me o tapete. Primeiro desenrolam uma passadeira vermelha linda de morrer para eu lá andar por cima bem devagarinho às apalpadelas. Depois vão puxando sem eu dar por isso. E pimba, quando dou por mim, tou sem carpete e, não é o chão que é de madeira flutuante, sou eu que flutuo.
O que devo dizer que é uma estupidez e que eu sou uma parva porque sei isto tudo de antemão. Mas eu gosto. Gosto de fazer a caminha toda linda para depois me deitar à espera do pesadelo.
Mas é bonito. Sinto-me uma perfeita Brigitte Jones. Despistada, atrapalhada, perdida, carente, anafadinha agarrada a uma embalagem de Ben&Jerry. Uma comédia. Só não uso a cueca fantástica da avó. Também não sou loira de olhos azuis. Que visão deprimente num fim de semana invernoso como este.
Mas desta vez veio depressa e passou sem que eu queira dar por isso.
Marias há muitas...sempre ouvi dizer.
Eu acho que agora vou começar a inventar personagens: vários tipos de Maria.
Primeiro estou a gostar desta que está a aprender a enfrentar numa boa e sem medo, sem expectativas, sem interesses, sem memória, sem passado. A próxima vai ser a que não revela chapado na testa o humor do momento. Triste ou contente basta estar fresca e a sorrir. Mais tarde vou ser uma que não chora, não treme, não sente. Num outro dia uma que pisca o olho, dá três dedos de conversa e saí porta fora acompanhada. Lá mais para a frente aquela Maria fútil que só usa para mostrar mas que é boa como o milho! Fashion, impecável para se passear com ela ao lado, bonita para os amigos e amigas. Já num dia de bom humor posso ser assim uma que sai para o engate, sem dó nem piadade. Daquelas em que tudo serve e os dedos das mãos e dos pés não chegam para o CV, mas que depois são as mulheres perfeitas e acabam por ser as escolhidas. Posso ser também uma daquelas marias que discute imenso por tudo e por nada, que cobra a toda hora onde e porquê sem dar aquele espaço que é preciso.
No fim, num dia anormal, sou eu. A Maria.
A amiga. A querida. A fofa. A que cozinha bem. A que apanha copos com os amigos. A sentimentalistazinha de merda. A maluca que vai assim três meses não sei para onde e depois malas e bagagens e viagens sem bilhetes de volta. Aquela que nunca serve mas que se fosse numa outra altura quem sabe. A que assusta e mete medo porque nunca sabe fazer as coisas certas, dizer o correcto no momento exacto. Ou, por nada disso, por razão nenhuma aparente. Só porque sim, porque não tem de ser. E está certo. É forte a miúda! Oh pois sim. O castelo já vai a meio, mais umas pedrinhas e fica pronto.

ps- desculpem queridos leitores, já falei assim de outras vezes, certo? O meu blog é a minha sessão de psicanálise. Mas também se não quiserem ler, não venham, né? Tomem lá! :P

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