quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Voando de Volta a "casa"


Mais um Natal em que me tenho de retirar e regressar...
São escolhas.
Agora aceito e reconheço que foram escolhas e, só minhas.
Mais uma vez, sentada no avião, a ver Alvalade para trás, a Quinta das Conchas ao longe e o Campo Grande a desparecer, não consegui segurar as lágrimas. Acho que não conseguiria mesmo que soubesse que era apenas um mês. É tão mais forte do que eu e é tão pessoal. É um sentimento de aperto e é me difícil. Mas eu suporto. Não é aí que está o problema. Aliás, o problema não existe. Quase 24h passadas e estou de volta à rotina. Não tem mal. Já passou como se diz aos meninos pequenos.

Este Natal, como sabem que adoro ler, ofereceram-me livros novamente e eu agradeço. Então não é que aquele que comecei a ler no avião me começou a descrever Lisboa???
A varina, a peixeira ou a mouraria!
Claro que me emocionou. Fechei os olhos e vi-me sentada numa esplanada no Castelo, num daqueles pôr do sol de Junho a beber uma bem fresquinha e amarela cheia de espuma acompanhada de tremoços. Ó como tinha saudades de Lisboa. Lisboa é linda.

" E quando chegares à cidade do nevoeiro, onde as pessoas caminham como formigas e dormem em apartamentos pequenos, queroque olhes para o céu e vejas o azul-pigmento de Lisboa."
Margarida Rebelo Pinto

E alguém me perguntou por estes dias, porque é sempre um drama para ti voltar? Porque fazes isso então?

Porque preciso e porque quero.
Tu não me conheces e nem sabes a minha história. Nunca saberás as minhas razões.

E pronto, embarquei de novo com a minha vida numa mala e com a ansia que me alimenta: a de voltar a chegar, voando.


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