domingo, 21 de agosto de 2011

Letters

" Há meses que não te escrevo Mãe. Não tenho sentido essa necessidade. Tenho te sentido por perto, a presenciar o que vivo, a fazer parte, ainda que com corpo ausente, daquilo que me tem preenchido a cada dia, a cada jornada, a cada rotina.
Sabes que é sempre em cada desiquilibrio que o meu pensamento te chama. Que o meu coração te implora para voltar. Volta para mim. Já estou cansada de que estejas tão longe. Não te sinto e quero-te por demais. A melhor parte de toda a minha vida até hoje foi contigo. O melhor de mim foste tu. Nada parece bater certo e nada quer voltar a ser.
Sempre me disseste que teria de chorar para ganhar espaço no coração para mais sorrisos. Pois o meu coração tem estado cheio e chorar sem ti custa. Custa-me.
Em dias como este sei que nunca mais me equilibrei sem ti e, se por momentos achei que o fiz, depressa se foi a sensação.
Numa noite de Domingo como esta, o que mais queria era apertar-te esse pescoço com cheiro a Trésor da Lancôme. Encostar-me no teu regaço e adormecer com o teu carinho a massajar-me o cabelo e a dizer-me que amanhã está tudo bem. E que, um dia tudo acalma e volta a ser."

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