quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Até já.


Deixei para trás tudo. Rezo profundamente para que o inverno leve. Para que tudo iberne e não volte a ser. Esqueci-me do espaço dedicado às quartas, esqueci-me de dizer a mais pessoas o quando gosto delas.

Fui a casa por um fim de semana. Nunca nada chega mas, depois de seis meses em Inglaterra, um fim de semana não chega mesmo. Aquele calor, aquele mar, aqueles amigos, aqueles sorrisos, aqueles abraços. A minha família, a minha casa, o meu quarto, a minha cadela, os carros, o jardim, a vida. Aquela vida que me preenche mas que na qual já não me encontro. E, chego aqui e estou há dois dias à deriva porque também não me encontro aqui. Há dias em que não me encontro em lado nenhum.

Até a faculdade ontem não fez sentido nenhum. Odeio despedidas. Por mais anos que passem, por mais vezes que atravesse a portela, nunca vou mudar. E, o pior é que vou querer percorrer o mundo a trabalhar e a viver para me encontrar. Mas não posso evitar. Muitas vezes peço que me deixem ir sozinha para o aeroporto. Aliás, na maioria das vezes vou. Mas, quando o pai me leva, aquele cafézinho no final fica-me na garganta. Não desce como os outros. Aquele levantar para o abraço mata-me devagar. Aquele virar de costas a caminho das revistas e depois a caminho do controlo desfaz-me em caquinhos pequenos. Já nem olho para trás. Porque sei que se olhasse voltava a correr que nem uma criança de 6 anos.

E o pior é que o tempo passa realmente.

E de cada vez que vou sei que está lá tudo à minha espera.
Só não sei se estarão lá todos.

Sem comentários:

Enviar um comentário