quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Mas para onde?
Volta e meia e esta cabeça anda às aranhas, às voltas a pensar no que fazer e como fazer. Mas eu gosto. É claro que eu gosto. Dá-me aquela pica, aquela vontade de ir e fazer.
Mas quando me dão estas crises assaltam-me os cifrões, as viagens, os locais, as seguranças, a família. Toda a vida vivi com medo de perder as pessoas que amo, que amei. Cheguei ao ponto de dizer que o pior que me podia ter acontecido, já me aconteceu com a minha Mãe. Mas não é bem assim. E o meu Pai? E a minha irmã? Há-que pensar direito.
Vou para onde? Borneo? Índia? Costa Rica? Colômbia? Nigéria? Angola? Vou por quanto tempo? Vou a representar que país? Deixo Londres para já? Volto quando? Vou quanto tempo? Pagam-me? Vou ser voluntaria como há uns anos?
É tão fácil ter a vontade de ajudar. Ajudar os outros num ato altruísta. É tão fácil querer mudar o mundo. É tão fácil querer ir. O querer ir. Aquele querer ir. Aquela chama aqui dentro que me diz para ir.
Ainda ontem, aqui me sentei a contar e a fazer contas aos meses que tenho pela frente. A pensar no dinheiro que algumas organizações já me pediram. Até estas já estão burocráticas. É só nestes meus momentos que queria ter nascido rica. Não muito rica. Apenas com o suficiente para marcar a viagem ontem e partir. Partir por três ou quatro meses.
Mas querida família e queridos amigos:
A partir de Setembro, eu vou. Eu vou daqui para a América Latina ou África...vou guardar cada centâvo mas vou. Vou matar as saudades daqueles sorrisos brancos e puros. Vou matar as saudades daqueles abraços quentes e de dar colinho a quem precisa.
Um dia, um dia ainda tenho a minha Organização Não Governamental. Sem papéis, só com vontades!
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