terça-feira, 22 de janeiro de 2013

À procura do rumo do costume.

Hoje foi um daqueles dias em que em vários momentos me questionei porque raio decidi ser enfermeira. Há dias que me odeio profundamente por ter estudado para ser esta coisa em que os doentes podem tratar mal, os médicos podem humilhar, e todo um resto de equipa também arranja algo para nos dizer! Há dias que me sinto um alvo estupidamente fácil de abater.
Depois nestes dias em que me lembro varias vezes ao dia, que nos últimos anos não gosto do que faço, apercebo-me de que a balança está definitivamente a tombar para o lado oposto ao que desejava. Dou por mim muito mais vezes a pensar de que não gosto do que faço. Já mudei de emprego, de áreas e esta frustração só tem aumentado e não sei mais o que fazer.
Sou eu? É o sistema? É a profissão? Será que não vou encontrar um equilíbrio? Será que não me vou sentir motivada?
Cada vez mais me convenço de que se voltasse atrás no tempo teria sido outra coisa qualquer! E isto é horrível!
Depois, em dias como estes, acontecem coisas magnificas. Às 19.00h tive uma conferência sobre voluntariado internacional numa instituição inglesa. Foi deveras aliciante e, pela primeira vez, desde que acabei a pós graduação, ouvi falar de uma instituição que me paga os gastos, a estadia e as viagens em troca do meu trabalho! Um contracto de 1 a 2 anos com direito a 3 semanas de ferias ao ano! E, com a opção de escolher um dos países onde estão instalados, que varia desde o Uganda, Indonésia, Camboja e pode ir até Moçambique ou Etiópia! Para lá de 37!
De repente vim para casa com este bicho aceso, com esta vontade estranha dentro de mim.
E depois perguntei-me? O que procuro? Do que fujo? Para onde quero ir? E assumi para mim de que se tenho todas estas duvidas, estas questões é porque tenho vontades e ideias que me movem, que não me seguram ou fazem estagnar. Por um lado é magnifico mas por outro um desgaste mental.
A média de idade dos voluntários que deram testemunho e dos que já partiram filiados a esta organização é de 41 anos. Questionei me novamente porque quero sempre tudo para ontem!? Tenho tempo. Tenho tempo. Tenho tempo. Repeti para mim não sei quantas vezes enquanto regressava a casa.
Organizei-me nesse regresso. Esperar pelos resultados da faculdade para este ano. Candidatar-me uma última vez para o ano. Juntar dinheiro nos "entretantos"e partir em 2015 se nada me acontecer e se não conseguir entrar em Medicina. Estou decidida. Saio de Inglaterra em 2015! Já chega!

Vou dormir e esta crise existencial vai sossegar.

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