sábado, 29 de março de 2014

Strange people for 1 hour


Estava eu parada na estação de autocarro. Aproximou-se este homem estranho e a feder a álcool. Começou a falar comigo com um sotaque irlandês. Não lhe quis prestar muita atenção e fingi que não percebia inglês. Começou a desatinar comigo e a minha adrenalina aumentou. Um medo apoderou se de tal maneira que se eu falasse acho que o coração me saltava da boca. Londres sempre me pareceu demasiado segura. Vivo numa zona demasiado segura. Porque raio este homem me quer fazer mal, pensava eu. Comecei a panicar de tal maneira que já só senti os gafanhotos que saiam disparados da boca dele a falar na minha cara. E ninguém passava na rua. E é sábado pelo amor de Deus. Cadê o autocarro? Comecei depois a imaginar as páginas dos jornais com uma foto minha. A serio que ando a ler demais os jornais ingleses! Têm tanta desgraça como as primeiras 20 páginas de um Correio da Manhã português! Enfim. O autocarro chegou. Ele continuou a desancar-me horrores. Mas não puxou de nenhuma faca e saíu na paragem seguinte. Em quatro anos apanhei o susto da minha vida londrina, pensava eu, quando uma velhota fofa se senta ao meu lado e começa a falar comigo. Rita. Os filhos estão todos fora. Adora Chelsea como eu. Falámos durante os 20 minutos da viagem. "Por favor fique com o meu número quando quiser beber um chá. Não a culpo por querer voltar para Portugal. Este país já foi bom!"

Muito estranho para uma hora só de um sábado solarengo. Vou visitar a Fi.

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