domingo, 15 de março de 2015

The Queen of Maryland



Admiro muito escritores e até qualquer leigo quando escrevem ou se expressam sobre o Amor. Aquele Amor. O de paixão, o carnal, o que arde sem se ver.
Eu, que me considero uma privilegiada, porque sempre tive muita facilidade em exprimir o Amor ao meu Pai, à família e aos meus amigos, fico petrificada quando me quero expressar em relação a este. Anos atrás não me custava nada. Nada. Uma cartinha, um bilhetinho, meia dúzia de palavras que sempre assustaram o outro. Os outros. Os das paixões fortes que pareciam únicos. Os intocáveis. Assim os intitulo já que nunca lhes cheguei. Já que sempre fui uma querida, mas não vamos confundir as coisas. Adoro quando me lembro disto. Já aqui disse, mais vezes e com ar mais sério, e mais ferida também, mas, agora digo com um ar de gozo e sorriso no rosto de quem já completou 31 anos e que de facto, já se tem resolvido por dentro aos bocadinhos. A vida é mesmo engraçada e, é bem verdade quando pessoas mais velhas me dizem que queriam ter agora 20 anos e serem senhores do conhecimento que têm até então.
Mas quando se fala do Amor. Deste. Do que inspira, do que encanta, do que levita, tudo se alegra. Mesmo quando nos dói. Mesmo quando nos dói de uma maneira que desconhecíamos pois achava eu, que já o teria sentido previamente. Errado. Tudo se sente de maneira diferente pois cada entrega é sempre diferente. E cada pessoa é sempre diferente. Mesmo quando sempre esteve connosco. Nesta ou numa outra vida. Coisas que não se explicam. Quero acreditar que o Amor se pode guardar. Que por vezes podemos ou não querer vivê-lo. E eu errei, quando sempre me fiz acreditar que não era para ser. Que nunca iria ser. E guardei. E de repente foi. Com muito tempo de atraso e fora de contexto. Bastou um clic e Boom foi tipo um ciclone, um furacão, um despertar da Dopamina adormecida. Já para não falar da Noradrenalina que sempre me disparou o coração ao ouvi-lo e a serotonina que sempre me deixou desorientada e atrapalhada. E pronto, posso culpar as hormonas. Nada tenho a ver com isso. Com isto.
Mas agora tenho de falar do que inspira. Do que me inspira. Do que me inspiras. O ouvir-te horas a fio numa mesa de restaurante à beira de um rio. Seguir o teu raciocínio, conhecer os teus planos, a tua vida, os teus sonhos e imaginar a tua alegria ao chegar lá.
Mas agora vou falar do que encanta. Do que encantas. Do que me encantas. Aliás, sempre me encantaste. Isso é um facto. Esse teu 1.80m ou isso. Esse teu sorriso. Esse teu peito aberto onde já chorei sem querer. Esse teu abraço fechado. Esse teu olhar fixo. Esses teus segredos que não fui confidente. E dos que fui, obrigada. Essa tua responsabilidade e essa tua dedicação ao que fazes e como fazes. O teu rigor. O teu toque. A tua festa. A tua carícia e o teu carinho. A tua bondade e a tua inocência. A criança em ti. O teu ar sério e aflito. O teu desejo e tantas outras coisas que eu não sei dizer.
E se falar do que levita, do que alegras. Alguém que pela primeira vez escutou as minhas histórias. Que estava ali, interessado e a pedir para continuar mesmo quando eu já estava corada de vergonha e pronta a sair em dois segundos. Alguém que me proporcionou momentos onde fui novamente, genuinamente, feliz. E neste meu livro de vida, fizeste parte de tantos capítulos e, mesmo que tarde, este último, por pouco tempo, foi sem dúvida o melhor de todos. 
O Amor pode ser tudo o que precisamos mas, deve ser tudo o que queremos. E, tive paixões que precisei muito mas tu foste o que sempre quis. Eis a diferença. Venha o que vier. 
E o que vou fazer para te esquecer?
I am the Queen of disaster.

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