terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A ida é uma Cambada de tentativas!

Sempre que vou a casa e diga-se casa, pois diz respeito a Portugal (e não, eu aqui não durmo na rua.... só não durmo em "casa"), é uma questão de tentativas. Ao fim de quase 9 anos, considero esta a melhor palavra para definir as idas - Tentativa.
Para as vindas, regressos ou voltas, eu sei lá... ainda não tenho. E penso que nunca irei arranjar.

Começa logo pela tentativa de fechar uma mala. Biscoitos para os avós, encomendas para as amigas, coisas para a mana, livros que se acumulam, roupas que são para levar etc etc etc...

Depois a tentativa de chegar a horas ao aeroporto mas tentar passar lá o menos tempo possivel para evitar (acho eu) uma tentativa de ataques nos corredores de check in ... Faço o check in online e se possível mala de mão para entrar meia que a passos largos e rezar para que a fila de controlo esteja curta.

Depois vem a tentativa de a companhia aérea estar dentro dos timmings. Seja British, TAP, Easyjet etc, Já esperei por todas. Não há reclamações porque desde que me levem inteira eu já estou agradecida.

E claro! Nunca lá chego sem antes considerar o voo uma tentativa de algo agradável e relaxante. Impossivel! O gin tonico ajuda mas não apazigua.

Depois à chegada há aquele frenesim e lá me esforço para segurar as emoções e tentar fazer de conta de que estava há anos sem lá voltar... sim, porque ninguém que vai a casa, muitas vezes com a sorte de ir de 3 em 3 meses, faz estas figuras. Mas é que eu sou mesmo de lá gente. Eu sou do mundo mas primeiro eu sou dali.

Sou mesmo.

E durante aqueles 8 dias, 5 dias, 15 dias, 3 semanas ou até duas noites apenas.... vem a pior de todas as tentativas - tentar ver e abraçar este mundo e o outro. É sem dúvida uma tentativa amarga pois há sempre tantos que ficam por abraçar... É uma correria tal que chego a ter pequeno almoço com esta, almoço com aquele, lanche com a outra e jantar com os outros. Já cheguei a não ter tempo de me sentar no sofá de lá de casa.

E por último.... a tentativa do ficar lá.
Para sempre.

Há 8 anos tentei. Há 7 também. E há 6, e 5, e 4, 3, 2, antepassado, este ano... e sim há mais empregos, e sim há mais tentativas. E o que a vida quiser de mim vai lá estar à minha espera.

O que a vida quiser de nós, vai lá estar à nossa espera.




1 comentário: