domingo, 2 de maio de 2010

Dia das minhas Mães

"Quando eu era pequenina,
do tamanho de um botão...
trazia o papá no bolço
e a mamã no coração"

Disse este poema com 4 anos de idade, muito certinha e despachada como me conta a minha avó toda orgulhosa. Ainda hoje se arrepia do medo que sentiu porque achava que eu ia ao palco e fugia de vergonha perante toda a plateia de amiguinhos do Jardim e familiares dos mesmos, numa festa de Natal em 1988. Já lá vão uns aninhos mas o papá continua no bolso. Na carteira. No casaco. Na mala. Lá em casa. Everywhere mas comigo e cheio de saúde!
A mamã está no coração como eu já previa em pequenina.


Hoje é dia da Mãe e, ao invés de me sentir triste, sinto-me abençoada e feliz. Deixei de ver a minha Mãe neste dia e em todos os outros desde há 12 anos. Dia 18 de Novembro de 1998. Crash Boom Bang! E foi isso.
Às vezes lamento-me e muito, revolto-me e tanto e por aqui tenho ficado. Mas hoje, sinto-me feliz e explico porquê... tenho tido muitas Mães na minha vida e, é a elas que dedico este dia hoje e é nelas que penso e sorriu de tanta gratidão, amizade, carinho que tenho por cada uma.

Sem ordem de preferência, justifico:

A M. Baltasar e a Bel - As mães que me revelaram que o amor não precisa de laço sanguíneo, basta querer existir.

A minha Madrinha - A mãe que me tem mostrado que apesar das desvenduras, dos insucessos, dos sucessos, a vida tem muito para me dar. E, se não for directamente, de uma outra maneira qualquer a mim chegará. E, há lições a tirar e a compreender. E, mesmo que frágil por vezes, há sempre mais um almoço para sorrir e seguir amanhã com toda a força e garra para ser feliz.

A minha querida Avó A.A Mãe que me ensinou a ter fé. A ser uma mulher preserverante. Não talvez com o mesmo entusiasmo ou pelas mesmas crenças que ela, mas a ter fé em algo, seja lá o que isso for. Aquela Mãe (que não dúvido) a quem já tirei muitas noites o sono e que gastou todas as velas e esgotou as orações por mim. E que também me ensinou a diferença entre estufar, guisar, assar. Juntamente com a M. Baltasar, as conversas pelo telefone com os tachos e panelas não tinham fim. Devo-lhes a minha mãozinha e paladar!

A Dª L., minha professora do 2ª/3ª/4ª classeA Mãe que me ensinou a gostar de teatros, de livros, de romances, de contos de fadas, de contos de finais felizes.

A P.ªA Mãe que me ensinou a dividir. A saber dar o espaço dos outros quando eles precisam sem ter medo de perder o meu lugar com eles. A Mãe que me ensinou a acreditar que as páginas mudam, não para melhor ou pior, mas para diferente. Para novo e desejado. Para amado e estimado.

A Tia MªL - A Mãe que me ensinou a saber perdoar. A Mãe que me ensinou o bom gosto, o preceito e o saber fazer com primor. A mãe, a tia e a avó que me tem ensinado as receitas da família com toda a paciência mas que eu ainda não levo muito jeito porque são receitas muito trabalhadas e com muitos truques!

A Be - A Mãe que me ensinou que o "essencial é invisível aos olhos".

A minha ManaA Mãe que me ensinou a perdoar, a deixar para trás, a aligeirar, a conhecer e ir além do meu mundo de palas de burros. A Mãe que me ensinou a aperfeiçoar o saber fazer e o querer ter vontade própria e conquistar os outros pelo que sou e pelo que são quando estão comigo e, deixá-los livres se assim tiver de ser!


A todas as amigas, primas, professoras, colegas de trabalho que pela minha vida se têm cruzado desde então. Foram muito minhas Mães em muitos momentos em que precisei de colo, de um regaço.

A ti minha Mãe, por seres a minha.
Nem que fosse por cinco anos apenas, não queria outra.
OBRIGADA*




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