terça-feira, 1 de novembro de 2011

Invadi a cidade


Estou cansada.
Há uns meses largos que não percorria aquele caminho a pé.
Meia desorientada enfiei-me pelo parque, ou melhor pelos parques.
A lua perfeita, só lhe faltava o nariz. Amarela, brutava do meio das árvores já quase sem folhas.
Tudo assim que meio avermelhado escuro misturado com a noite.
Sem mar, sem areia, onde antes me refugiava.
 Hoje, invadi a cidade.
Fui andando tipo sem abrigo, sem rumo.
Mas soube tão bem respirar ali no meio.
Os carros a passar mas a música que vibrava nos ouvidos só me sossegava de cada vez que se aproximava um cruzamento.
Dei por mim a pensar mais uma vez.
Pensar é claramente o meu problema.
Estou sempre muito melhor quando não penso muito.
É por isso que não me dou a estes passeios ou a certas músicas.
Simples: não penso.
Mas hoje bateu forte, quase que queimava.
As paredes esofágicas contraíam.
 O estômago libertava ácido e mais ácido e mais ácido e mais ácido.
Pena que só compreendemos situações nas nossas vidas algum tempo depois.
Cá para mim é um desperdício.
Logo e pronto, já está, era muito melhor.

Ai mas eu estou certa. Estou tão certa de mim e do que eu quero.
É isso que me dá a volta e me deixa feliz.

A melancolia só se deve aos dias escuros às 16h30m.





Porque já tenho pedras suficientes para o meu castelo.



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