terça-feira, 23 de outubro de 2012

L.O.V.E by me

Cresci com todas as princesas da Disney. Cresci num castelo onde os Reis eram a manifestação perfeita do amor. Depois saí para a floresta e de pouco me valeram as fadas madrinhas. Fiz coisas que não devia, em sítios que não devia, embrolhei-me em palermices que não precisava. Quebrei-me por dentro aos pedacinhos. E, de cada vez que me apaixonava por um novo principe, a sapa crescia dentro de mim. Fui uma crente de casamentos, ainda sou uma adepta de contos de fadas e finais felizes e, não perco um casamento dos meus amigos porque acredito de que existem amores para sempre. Mas, já não acredito nas juras eternas a meu respeito. E não digo isto com tristeza ou desgosto. Digo porque me conheço. Porque conheço cada pedacinho quebrado que cá está dentro.
Vou continuar a apaixonar-me sempre pelos principes errados. Mas são esses que me dão alento. Ao contrário do que talvez pensasse há uns meses, a vida é bonita demais e tem mesmo de ser vivida. E, do que conheço de mim, sei que de há uns tempos para cá muita coisa mudou.  Conheço melhor os meus defeitos, aprecio muito mais as minhas qualidades que tanta gente me teima em revelar, gosto muito mais dos meus 1.68m, dos meus 68 quilos e das estrias que tenho às direitas e às esquerdas. Gosto muito mais das minhas mamas pequenas porque estão saudáveis e, adoro as ancas largas para me balançar numa pista de dança. Já não tenho vergonhas em aceitar que muitos não me quiseram, e, já aceito que em outras alturas, até existiram pessoas que me quiseram da forma que sou, e que eu não reconheci tal possibilidade.
Com o passar dos anos, certas serenidades e certezas brotam e, olhando para trás, certos momentos, certas conversas, certas pessoas parecem uma perda de tempo.
Não uma perda na minha vida. 
Isso nunca. Mas podia ter sido mais breve, podia ter sido mais ligeira. Mas lá está. Apesar de me apaixonar pelos impossíveis, continuarei sempre a atirar-me de cabeça. A amar profundamente. Porque quando me for daqui, quero ir cheia. Eu até me lembro da segurança que já tinha aos dez anos e dos sentimentos que já nutria. Não há idade mas há formas. E há o crescer e o sentir de outra maneira, apreciando e temendo de uma outra forma. 

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