terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sobre saudades, pensamentos desnecessários e outros afins.

Numa cidade grande como esta, em que as pessoas são tão superficiais, correm tão depressa, pouco olham e nada falam, chegar a casa e refugiar-me neste quarto parece, por vezes, a coisa mais certa, mais segura de fazer, de me fazer sentir. Sentir saudades. Ter estes pensamentos desnecessários e, muito menos, assistir a programas televisivos que tocam nas emoções e fazem debrochar um mar de lágrimas repentino. Acho que em 3 anos já chorei mais em Inglaterra do que nos 25 em Portugal. Ou sou efectivamente dona de um saco lacriminal mínimo ou, de facto, sou uma lamechas de terceiro grau. 

Ouvia hoje um famoso qualquer a dizer exactamente o que o meu pai me respondeu numa conversa séria, que tivemos durante as férias sobre a morte, "Não tenho medo de morrer, tudo acaba. Acaba e pronto. Não há mais nada. Tenho medo sim de sofrer ou ficar incapacitado e dependente de terceiros". Como é que podem falar disto tão tranquilamente, de uma forma segura e sem medo. A mim, arrepia-me só de pensar nisso. Talvez por não gostar de despedidas. Não só pela saudade que me causam já antes da partida mas, pela angústia de um regresso curto. Sou uma pessoa saudosista. tenho este defeito terrível. Como adoraria ter qualquer outro. Este é consumidor. Consumidor de paixões, de emoções, de turbulhões. Podia de facto ter qualquer outro que pelo menos me trouxesse benefícios. Sei lá quais mas, outros. Pensamentos desnecessários.

Sem comentários:

Enviar um comentário