É preciso escrever de novo? É preciso reflectir sobre isto de novo?
Sei de cor a quantidade de vezes que fui e vim durante os quatro anos e meio que já lá vão.... 19 vezes em 237 semanas.
E o cansaço desta choradeira toda arrebata-me o sono. Fico tipo adormecida meia que morta mas, não sou a bela e nem tenho três fadas madrinhas para me deitarem um feitiço que me faça voltar, já ontem.
O ditado dos dias de muito e vésperas de nada é tão certo e sabido.
Quando lá regresso, passeio à pressa, durmo à pressa, corro à pressa, tomo banho à pressa.....para não perder um segundo que seja do dia ou da noite. Se dormir 2 a 3 horas chega para a emoção seguinte.
Quando de lá regresso, durmo sem querer acordar, fico presa no chuveiro a deixar que a água arraste o peso da chegada, levanto-me devagar e ao fim de dois toques, ando devagar para onde não quero ir.
Começo a chegar a uma conclusão. Se a ansiedade do ir me alimenta aquando um mês da viagem, acho que tenho de começar a ir 1 vez por mês! Assim, quando regresso, começa a adrenalina da partida.
De cada vez que vou, oiço as vozes de quem se revolta num pais de injustiças e dificuldades trazidas por uma crise sem precedentes, é um facto. E é certo que só me querem bem ao dizer para continuar e seguir com garra e vontade. Mas vontade de atingir o quê? A experiência que queria obter de Londres parece-me que teima em chegar ao fim a olhos vistos. Mais um tempo e faço as malas. E assusto toda a gente quando afirmo isto. Assusto-me a mim mesma. Mas nada compensa o vazio que estas ruas me trazem até casa. Nada compensa a noite. Nada compensa a agonia quando a internet falha. Nada compensa tudo o que me forço a fazer para compensar estas ausências.
Mas vou seguir como das ultimas 19 vezes até o discurso sossegar.