domingo, 30 de março de 2014

Demasiado aborrecido: já chega.

O inverno já se foi.
As minhoquices, lamechices, tristezites, parvoíces e todos os outros ices, ites, ices também vão ter de ir.
Este blog está muito aborrecido e eu também.

Vou dançar mais.
Vou correr ainda mais.
Vou extravasar mais.
Vou libertar mais.

Tudo para mais.

A única coisa com direito a menos são as calorias. Descobri que sou alérgica.

Vamos animar!

                      

sábado, 29 de março de 2014

Strange people for 1 hour


Estava eu parada na estação de autocarro. Aproximou-se este homem estranho e a feder a álcool. Começou a falar comigo com um sotaque irlandês. Não lhe quis prestar muita atenção e fingi que não percebia inglês. Começou a desatinar comigo e a minha adrenalina aumentou. Um medo apoderou se de tal maneira que se eu falasse acho que o coração me saltava da boca. Londres sempre me pareceu demasiado segura. Vivo numa zona demasiado segura. Porque raio este homem me quer fazer mal, pensava eu. Comecei a panicar de tal maneira que já só senti os gafanhotos que saiam disparados da boca dele a falar na minha cara. E ninguém passava na rua. E é sábado pelo amor de Deus. Cadê o autocarro? Comecei depois a imaginar as páginas dos jornais com uma foto minha. A serio que ando a ler demais os jornais ingleses! Têm tanta desgraça como as primeiras 20 páginas de um Correio da Manhã português! Enfim. O autocarro chegou. Ele continuou a desancar-me horrores. Mas não puxou de nenhuma faca e saíu na paragem seguinte. Em quatro anos apanhei o susto da minha vida londrina, pensava eu, quando uma velhota fofa se senta ao meu lado e começa a falar comigo. Rita. Os filhos estão todos fora. Adora Chelsea como eu. Falámos durante os 20 minutos da viagem. "Por favor fique com o meu número quando quiser beber um chá. Não a culpo por querer voltar para Portugal. Este país já foi bom!"

Muito estranho para uma hora só de um sábado solarengo. Vou visitar a Fi.

domingo, 23 de março de 2014

Mi abuelo








Ontem quando saía da Clinica recebo a mensagem de que o avô tinha acabado de ter um acidente de automóvel. "Está tudo bem, só está assustado".
Está tudo bem.
Está tudo bem.
Está tudo bem.

Caminhei pelas ruas londrinas que, devo confessar, em alturas do aperto, parecem me o lugar mais inseguro e frio à face da Terra. E matutei as palavras do Está tudo bem.

A minha sorte é que nos últimos 4 anos está sempre tudo bem. Tudo acontece mas está sempre tudo bem.

Estou de facto cansada disto. 
De nunca lá estar.
E, hoje ao telefonar-lhe, ficou tudo ainda mais claro.

Decidi ir caminhar pelas ruas novamente porque a resposta foi diferente.
"Obrigada minha Neta. Obrigada pelo teu telefonema de conforto".

Telefonema de conforto..
..pois, não lhe posso valer demais.

Depois choramos tudo. Limpamos as lágrimas e voltamos para casa. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Feliz Dia do Pai


Ao meu querido e Exmo Comandante das Forças Ocultas (lol)

Sempre pensei como foste capaz de te orientar comigo. Sem livro de instruções, sem prova de garantia ou hipótese de troca.
Sem livro de instruções, tens vindo a construir-me. A cada ano que passa afinas arestas e guias caminhos, trilhando nem sempre pelo lado mais fácil mas, com certeza com uma dedicação e persistência que me têm sido exemplos de vida e de luta.
Sem prova de garantia, tens me ensinado o que é ser verdadeira, fiel, honesta, critica, persistente e preserverante. E, quando digo sem prova de que tudo isto é garantido é porque me abres aos valores mas sempre mos deixaste trabalhar e melhorar a meu tempo.
Sem hipóteses de troca porque não tiveste escolha. Há quem defenda que fui eu quem te escolhi. Já o li em diversos livros e, se o é verdade, foi sem dúvida a melhor escolha de sempre.

Não te vou abraçar hoje. Não te deixei presente na almofada como fiz algumas vezes.
No Domingo, Despedi-me de ti à pressa porque continuo sem querer imaginar o que será para um pai olhar para a filha e vê la chorar.
Serás sempre o meu Rei.

Este ano, de presente, aqui ficam as minhas palavras lamechas.
Amo te papá.


terça-feira, 18 de março de 2014

Days Like those leads to nights like this.

É preciso escrever de novo? É preciso reflectir sobre isto de novo?
Sei de cor a quantidade de vezes que fui e vim durante os quatro anos e meio que já lá vão.... 19 vezes em 237 semanas.
E o cansaço desta choradeira toda arrebata-me o sono. Fico tipo adormecida meia que morta mas, não sou a bela e nem tenho três fadas madrinhas para me deitarem um feitiço que me faça voltar, já ontem.
O ditado dos dias de muito e vésperas de nada é tão certo e sabido.
Quando lá regresso, passeio à pressa, durmo à pressa, corro à pressa, tomo banho à pressa.....para não perder um segundo que seja do dia ou da noite. Se dormir 2 a 3 horas chega para a emoção seguinte.
Quando de lá regresso, durmo sem querer acordar, fico presa no chuveiro a deixar que a água arraste o peso da chegada, levanto-me devagar e ao fim de dois toques, ando devagar para onde não quero ir.
Começo a chegar a uma conclusão. Se a ansiedade do ir me alimenta aquando um mês da viagem, acho que tenho de começar a ir 1 vez por mês! Assim, quando regresso, começa a adrenalina da partida.
De cada vez que vou, oiço as vozes de quem se revolta num pais de injustiças e dificuldades trazidas por uma crise sem precedentes, é um facto. E é certo que só me querem bem ao dizer para continuar e seguir com garra e vontade. Mas vontade de atingir o quê? A experiência que queria obter de Londres parece-me que teima em chegar ao fim a olhos vistos. Mais um tempo e faço as malas. E assusto toda a gente quando afirmo isto. Assusto-me a mim mesma. Mas nada compensa o vazio que estas ruas me trazem até casa. Nada compensa a noite. Nada compensa a agonia quando a internet falha. Nada compensa tudo o que me forço a fazer para compensar estas ausências.
Mas vou seguir como das ultimas 19 vezes até o discurso sossegar.