Choro pelos que perderam as vidas e pelos que vão ter de continuar sem eles.
Choro pelos que estão exaustos e não conseguem chegar ao fim.
Choro por um país que arde em força.
Como se recomeça?
Como se conduz pela mesma estrada?
Como se reconstrói?
É que dói tanto mas tanto ouvir uma avó dizer que "não está cá a fazer nada" e que "devia ter ido eu em vez das minhas meninas".
Porquê meu Deus?
Porquê assim?
E agora temos um país em alvoroço e a tentar encontrar culpados.
Há revolta nas leis, no que não se fez, no que deveria ter sido feito, no como era antigamente, no naquele tempo é que era bem feito.
Há anos e anos e anos que está errado mas não são horas de apontar culpados.
A hora é de apoio, conforto, abraços e amor.
Porque a culpa é geral.
Porque continuamos numa vida de interesse no MEU e no EU, antes do interesse no OUTRO.
Constantemente me chamam a atenção porque penso demasiado no medo de morrer e na efemeridade da vida. Mas não somos nada e o nada que somos é um nada demasiado egocêntrico. A prova disso é o tamanho das barbaridades que se leêm aquando tragédias destas. E os exemplos são vários. Ora é o Presidente da República que está no local e abraça. Ou é a Ministra da Administracão Interna que se deveria demitir. Ora são os Bombeiros que não agiram bem. Ora são os civis que nunca deveriam ter saído de carro.
O mundo tem demasiado falta de amor mas, acima de tudo, as pessoas deixaram de ter empatia para com o outro. As pessoas não se conseguem colocar no lugar do outro.
Foi muito bom saber que o Presidente deixou tudo e que se dirigiu para abraçar. Precisamos de carinho. E a Ministra? Com certeza que teremos de encontrar culpados mas então teríamos de contemplar 30 anos de governos. Os Bombeiros? Para eles só tenho OBRIGADA. E as pessoas que infelizmente decidiram sair e arriscar? Com certeza que sentiram que isso seria o certo a fazer. Só peço a todas as forças do Universo para que não tenham sofrido e que tudo tenha sido um pequeno e rápido instante.
E sim, temos de agir em breve. A população do interior é muito idosa e a agricultura e gado não contribui como há 30 anos atrás. Já para não falar nas alterações climáticas. Na vigilância. Etc. Tudo o que todos sabem...
Rápido.
Mas todos nós.
TODOS.
Agora só posso mesmo contribuir monetariamente. Infelizmente não consigo ajudar nem como enfermeira nem como voluntária. Distâncias ingratas.
Sinceros Sentimentos a todos envolvidos em tamanha tragédia.
Que a coragem e a perseverança no recomeço nunca vos falhe.
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