sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Ananás.


Numa sexta-feira londrina, com uma lua gigante, com 10 milhões de habitantes e fireworks ao redor, consigo caminhar para casa e sentir-me a pessoa mais sozinha nesta cidade, neste país, neste mundo.

Mas para cair, caio de pé.

Há quem diga que assim caem os gatos. E pelos vistos têm 7 vidas. Vamos em frente.

Na verdade, já não são as quedas que me magoam.. são as insistentes expectativas mal controladas.

São as fracções de segundo em que explode em mim uma restea de esperança que se perde no corpo como que um rastilho.
São as horas em que o coração me salta para fora do peito e me desaparece este peso que trago.
São os dias que perco a dizer a mim mesma para respirar, para não me entusiasmar, para segurar baixinho.

Depois a realidade. De novo. Não foi desta. E olha que é em tudo. O meu comandante das forças ocultas diz que a sorte dá trabalho, seja na carreira ou no amor.

E depois choro tudo o que há para chorar. Mordo as mesmas fronhas de almofadas pela noite a dentro. Tento meditar e agradecer o que tenho e o que conquisto. Saúde, o mais importante.

Amanhã seguimos de novo como um ananás:  de pé, com coroa e doce por dentro.



Sem comentários:

Enviar um comentário