domingo, 25 de novembro de 2012
The ghosts are leaving.
Finalmente.Vou levar tempo a entender como conotamos certas pessoas de especiais, se em nada elas contribuíram para a nossa vida.
Metade do que se viveu é filme da nossa cabeça.
Tarda mas os fantasminhas acabam por começar a sair.
E hoje voltei a sorrir.
Sem porquês. Sem nomes. Sem nada de nada.
Só sair e voltar a casa. Satisfeita pela liberdade.
domingo, 18 de novembro de 2012
I grew up anyway.
Posso gritar-lhe. Posso ralhar e perguntar porque se foi embora. Posso revoltar-me e exigir que tivesse ficado. Posso fazer mil e uma coisas mas nunca a trarei de volta.
Então viver assim tem sido uma aprendizagem. Uma solidificação de ideias e sentimentos em cada passar de anos. Na verdade, uns anos mais seguros, outros nem por isso e ainda outros mais perdidos. Mas, sempre ouvi dizer que tudo se cria. Tudo se transforma e cresce. E, eu não fui excepção.
Agora, mais do que nunca, a saudade revela-se de uma outra forma. Não tanto aquela necessidade educação e encaminhamento mas mais numa forma física e de sentimento de pertença e de segurança. Há dias ouvi de que quanto se perde uma mãe, perde-se também a infância. Para mim é de todo uma grande verdade. Aos treze, catorze anos as minhas barbies deixaram de me fazer sentido, assim meio que de repente.
Mas, de momento, nesta fase adulta seria magnífico vê-la envelhecer do meu lado. Conhecer-lhe os cabelos brancos, sabendo de que cor os iria pintar na próxima ida ao cabeleireiro. Conhecer-lhe a carreira e a sua opinião face à minha. Conhecer o seu estilo a vestir, o tipo de jóias preferidas, o perfume que estaria a usar, a maquilhagem, os sapatos, o carro...! Saber o que pensa sobre o meu coração, sobre os homens da minha vida, sobre os meus empregos, sobre o que tenho construído. Ir com ela escolher um vestido de noiva, tê-la do meu lado numa maternidade quando chegasse a minha hora. Coisas de mulheres e de meninas.
Por outro lado, vai existir sempre dentro de mim uma mãe jovem, de uma pele morena e sardenta com um sorriso gigante e maravilhoso. E isso, está gravado aqui dentro. Não preciso de fotografias ou vídeos. Já sei de cor. Já sei de cor. Já sei de cor.... e eu cresci, independentemente de tudo isto.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Hold me tight.
"Estava sentada a almoçar na esplanada quando recebi o telefonema para ir. Ir contra a tua vontade porque sempre me pediste para não o fazer nesses últimos dias. Decidi assim aquela hora que queria ir. Por egoísmo ou até por saber do que iria padecer a seguir a te ver partir. E fui. Fomos.
Pelo manhã já tinha recebido uma mensagem da tua queria enfermeira e minha amiga "Ola Maria (...) disse que mandaste um beijinho e ela chorou, depois falamos". Porque não arranquei logo naquela hora? Porque não fui contra a tua vontade como fiz um mês e meio antes? Mas não, deixei para depois de almoço. E, quando ia a subir as escadas...não cheguei a tempo.
Fecho os olhos e percorre-me no corpo o calor que ainda senti nas tuas mãos que caíam sobre o colchão por cima da manta. E nessa hora, senti aquele abraço forte que no mesmo sítio havíamos dado em Julho. Recordo estar deitada ao teu lado num outro quarto e de ter encostado a cabeça no teu peito e te ter dito que te amava. Que não te queria ali sozinha. Que não precisavas de falar para não te cansar. Eu podia estar só ali sossegada ao teu lado a ler ou a contar te as minhas estórias. Dei-te tantos beijinhos. Ainda nos rimos tanto com os meus disparates, coração. Devia ter insistido mais vezes como fiz nesse dia. Não suporto a ideia de ter chegado tarde. Mas sei que soubeste que ia a caminho. Sei que to disseram.
Percorro o meu telemóvel e não sei o que fazer com o teu nome, não sei o que fazer com as tuas mensagens. Estão aqui todas gravadas e trancadas a chaves. A última mensagem escrita tua é de 11 de Julho de 2012. A partir daí já foi só por Facebook Mas também estão aqui todas. Assim como todas as memórias. Tudo o que me aquece o coração porque era assim que tu querias.
Durrenmatt escreveu um dia que o nosso anjo protetor nos vem buscar e que, nos leva a passear numa longa viagem por todos os sítios onde fomos felizes. E isso leva muito tempo. Espero sentir-te em muitos deles porque vou fazer questão de ir lá várias vezes."
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Make Love & perhaps....babies
Mais uma mudança. Caramba, sou enfermeira há quase 6 anos e, este é já o meu 6º novo local de trabalho. Não porque não gostei dos outros. Não porque me tenham mandado embora. Felizmente até posso sentir-me privilegiada dado que sempre me perguntaram o que podiam fazer para me persuadir a não sair. Enfim, podiam pagar-me 60000 ao ano, podiam dar-me um rácio de doentes 1-1, podiam aplicar uma coima a cada médico anormal, podiam pagar-me a ordem, podiam dar emprego aos meus amigos enfermeiros, podiam respeitar mais o doente, podiam, podiam, podiam.... Mas não fizeram. E, eu como sou pior que o meu amigo António, só estou bem onde não estou. Portanto, preparo-me para mais uma entrevista, vou e, passo. Arranjo um novo emprego. Isto com a crise que o meu país atravessa parece anedota ou uma provocação a qualquer dos meus amigos, mas não o é. Em Portugal não teria emprego por esta hora. E, trabalhar longe de casa não é agradável. Mas depois desta conversa toda, com certeza que se estão a perguntar de onde raio saiu o título do post de hoje. Resulta de uma das consultas a que assisti hoje. Sim, mudei de emprego e, se antes ajudava a tirar banhocas indesejáveis e a por mamas do tamanho de sei lá o quê, entre tantas outras cirurgias e de tantas outras especialidades....agora, agora ajudo futuros papás e mamãs a conceber. Muito melhor. Muito mais gratificante. Com histórias delicadas e desafiantes. Uma nova área, apesar de sempre ter trabalhado em cirurgia ginecológica Perceber realmente como a natureza funciona e de onde aparecemos e em como nos formamos é delirante. Tem sido um dia a dia no mínimo fora de série. Uma enfermagem independente, ainda que obviamente, relacionada com a equipa médica, um ambiente mais calmo, saudável, alegre para se puder influenciar o estado de espírito de tantos casais que não conseguem simplesmente procriar. Nunca imaginei o difícil que poderia ser e todas as emoções que daí poderiam eclodir... Triste. Mas, com soluções. A tal palavra que sempre me move e anima. E, voltando ao título, este deves-se é da autoria de um dos médicos pois, considera que quando os casais começam a ver que não conseguem ter filhos, deixam de fazer amor. Ficam de tal maneira concentrados que os destabiliza emocionalmente e, consequentemente, deixam de fazer amor tão intensamente. E isto, foi a explicação dada a um casal que depois de quatro sessões de IVF (Fertilização In Vitro) sem efeito, engravidaram passado uns meses de forma natural. My friends go home and make love.
When people make love, they do not want babies. When they want babies they forget Love.
ps- others...no babies neither love.
domingo, 11 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
NEW JOB
E depois de três anos com a mesma companhia eis que comecei hoje num novo trabalho. Desta vez uma clínica e com funções bem diferentes. Fertilização In Vitro. Das 9 as 5. De 2a a 6a. Há anos que merecia um horário destes. Não que venha a ser menos trabalhoso ou de menos responsabilidade mas, mais que tudo, vou puder conhecer um diferente lado da enfermagem a que estou demasiado habituada. Vou puder aprender a fazer uma enfermagem diferente e isso está a deixar-me bastante motivada. E, numa clínica que pertence a um grupo de hospitais onde tudo é informatizado em Ipads e onde figuram espécies de iPhone (sem função de telefone) que registam sinais vitais e traçados cardíacos, medicação, efeitos, registos de enfermagem em que, o senhor doctor médico, de casa pode responder e avaliar os gráficos e alterações respectivas. Um grupo que está a poucos meses de introduzir no sistema a confirmação de identidade do paciente através da íris?! Mais seguro impossível quando aqui tantos doentes têm nomes repetidos. Mr Moham Mohamed, Mr John Smith etc etc etc Até à data, estou de facto conquistada.
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