sábado, 4 de abril de 2015

És o maior Pavarotti.


Já me tinha esquecido de como era sentar-me assim no chão, envolvendo os joelhos nos braços à espera que a crise passe. Que a fase aguda da dor no peito sucumba. Se evapore. Faz me lembrar um pouco a ressaca e o álcool. Também dizemos sempre que nunca mais bebemos. Também dizemos sempre que nunca mais nos vamos apaixonar ou deixar levar por qualquer coisa dessas, ou o que quer que seja isso! Fechar os olhos e deixar as lágrimas escorrerem pela face até penetrarem nos lábios e nos oferecerem aquele gosto meio que salgado e doce?! Nem sei descrever. Sei que tem um sabor. Sei que o conheço, quando assim acontece. Eu preciso destes tempos. Destes momentos. As coisas precisam de lutos e as pessoas também.
E depois sinto que estou a alucinar!! Ponho Pavarotti de fundo. E ele e o meu amigo Sting resolvem a situação e acabo a rir que nem uma louca! Eles têm o poder de me dar colo quando preciso. Pois não há banda sonora melhor para me levar até à minha mãe, do que eles. É o som da minha infância, de férias e pequeno almoços na varanda de Sesimbra. E volto lá. E aí o colo é o preciso, é uno e reconfortante. Mesmo que imaginado. Surte o efeito desejado. As lágrimas saem em desespero, a alma fica lavada e a vida recomeça. Agora vou ver um filme e amanhã é dia de Páscoa. E, como tal, tudo se ressuscita. Estou pior. Ai nossa.

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